Título da redação:

Lixo de uns, alimento de outros

Tema de redação: O desafio da alimentação saudável: luxo para poucos ou hábito acessível?

Redação enviada em 11/03/2017

Os hábitos alimentares brasileiros foram redefinidos a partir do surgimento da indústria alimentar e da disseminação do american way of life, os quais preconizaram o consumo de produtos processados. Desde então, adultos e principalmente crianças consomem frequentemente alimentos ricos em gorduras e açúcares, o que acarreta no aumento de pessoas com doenças crônicas, como obesidade. Além disso, a alimentação saudável não é acessível a toda população, uma vez que aproximadamente sete milhões de pessoas no Brasil sofrem a ameaça da fome diariamente. A transição nutricional pela qual a sociedade passa é caracterizada por uma dieta extremamente calórica e insatisfatória quanto ao aporte nutricional. Crianças sem uma base alimentar saudável consomem frequentemente alimentos ricos em gorduras trans como frituras industrializadas e bolachas recheadas, as quais aumentam o nível de colesterol LDL no sangue. Além disso, a obesidade infantil se tornou frequente e aliada a esta, surgem também outras doenças crônicas como hipertensão e diabetes mellitus. Diante deste cenário pouco favorável aos hábitos saudáveis, surgiu o movimento slow food, cujo objetivo é melhorar a qualidade das refeições, é uma contraposição política e filosófica a massificação do fast-food. Além disso, tal movimento incentiva o consumo de alimentos orgânicos, considerados mais saudáveis e em contrapartida com preços acima da média. ''Nos lugares em que homens, mulheres e crianças carregam o fardo da fome, um discurso sobre democracia e liberdade que não reconheça estes aspectos materiais pode soar falso.'' . A citação de Nelson Mandela define o discurso de alimentação saudável no Brasil, o qual é o líder em produção agrícola mundial, mas convive com cerca de quarenta por cento da população em estágio de insegurança alimentar. Portanto, é necessário que adultos se alimentem de forma prazerosa e saudável, troquem o fast-food por lanches feitos em casa e tenham acompanhamento de nutricionistas e educadores físicos frequentemente no trabalho como ocorre no Japão, além disso, é necessário que se estimule crianças a consumir mais verduras e menos industrializados, tanto na escola, com a disciplina de educação alimentar nos primeiros anos, quanto em casa com exemplos dos responsáveis. Para famílias de baixa renda e que sofrem de carência alimentar deve-se criar hortas comunitárias financiadas pelo governo e sociedade, ademais é necessário criar bolsas de assistência para jovens investirem em educação e qualificação, uma vez que é a única forma de sair da pobreza extrema.