Diante do surto internético o qual propaga, entre os adolescentes, o novo padrão de corpo ideal, o universo capitalista concentrou suas forças na promoção de imagens acerca de figuras públicas, apropriando-se delas para promover a venda de novos produtos, em sua maioria com altos preços. Em contrapartida, o distanciamento popular em relação ao assunto, somado à conturbada rotina profissional, propensa o indivíduo a malefícios como obesidade, taquicardia, obstruções arteriais, anemia e deficiências vitamínicas. Mesmo influenciados a buscar hábitos saudáveis, os jovens sujeitam-se à alienação do mercado em um jogo de marketing frente a diversas restrições: sem gordura, açúcar, glúten ou lactose, super proteico, orgânico, vegano, livre de aditivos; levando-os à crença de precisar consumi-los para atingir seus objetivos. No entanto, hábito saudável não é sinônimo de condição financeira. Tampouco uma dieta balanceada deve ser associada a “tempo de folga”. Um amplo mercado desenvolveu-se em torno da compra e venda de comidas caseiras congeladas, a cada dia que se passa investe-se mais em restaurantes de cardápio leve, ao alcance de todos. E ainda, torna-se cada vez mais comum o preparo de marmitas em casa para levar ao trabalho, sem precisar recorrer à alimentos processados ou gordurosos, desde que haja conscientização. Contudo, a praticidade da comida pronta nos poucos momentos de lazer, geralmente destinados às refeições, afasta o indivíduo de opções balanceadas. Afinal, quando não busca opções em redes "fast food", acaba descontando problemas do dia-a-dia, como ansiedade, estresse ou cansaço na escolha dos alimentos, sem importar-se com o funcionamento do organismo. Além do consumo energético superior à atividade metabólica, alimentos com excesso de glicídios e lipídios e o consumo escasso de frutas e verduras geram indisposição(sacarose), problemas circulatórios(gorduras e embutidos), danificações cerebrais, como a morte de neurônios e inativação da memória, dificuldade de concentração e estimulação da produção do cortisol, hormônio do estresse, por meio do álcool, sódio, doces e cafeína, um dos ingredientes mais consumidos pelos brasileiros. É fato: é mais fácil reeducar na menor faixa-etária do que buscar medidas quando houver manifesto dos sintomas dessas doenças. Frente a isso, o Ministério da Educação e Cultura deve implantar, na matriz do ensino fundamental I, noções básicas de nutrição, para que as crianças façam distinção acerca dos alimentos, horários e quantidades. Uma vez capazes de montar o próprio prato à proporção recomendada, 1/2 de salada, 1/4 de proteínas ( brócolis, ervilhas, cogumelos e ovos, alternativas mais baratas à carne) e 1/4 de carboidratos e leguminosas(arroz, batatas, massas, feijões e lentilhas), poderão conscientizar os pais. Quando a dieta equilibrada deixar de ser recomendação médica, atingir-se-a maiores níveis de qualidade de vida, e haverá redução dos casos de problemas de saúde e até mesmo óbitos. É necessário apenas relembrar a todos que "comer bem" não é "pagar mico".