Com o deslocamento para as grandes cidades, o homem perdeu controle dos meios de produção de seus alimentos, passando a adquiri-los de outras pessoas—os produtores. Estes, na maioria das vezes preocupados com o lucro, passaram a produzir em larga escala, sem muitas vezes se preocupar com a saúde de quem iria ingeri-los. Alguns processos de produção modernos criam alimentos com substâncias prejudiciais à saúde, a exemplo da batata frita, campeã em gordura saturada, que pode causar arteriosclerose e contribuir para o infarto ou derrame cerebral. O governo, por sua vez, durante esse processo, manteve-se alheio à regulamentação e controle da produção de alimentos, bem como não tem incentivado de forma específica produtores de alimentos saudáveis, gerando um problema de saúde pública que gera mais custos ao combalido sistema de saúde público. A falta de informação e educação nas escolas, por outro lado, contribui para que o cidadão não exija produtos mais saudáveis, pois em geral não tem consciência dos efeitos de uma má alimentação sobre sua saúde. Com a baixa demanda, há menos investimento na produção e os produtos saudáveis acabam tornando-se mais caros. Outro fato que encarece os preços dos produtos saudáveis é a distância entre centros produtores e consumidores, que, aliada às condições precárias das nossas estradas, concorre para o encarecimento das frutas, verduras e leguminosas, seja pelo frete mais caro, como também pelas perdas que ocorrem no trajeto. Considerando que os produtos saudáveis no Brasil acabam sendo um luxo para poucos habitantes das cidades em razão de seu alto preço, sugere-se a criação de linhas de crédito para produtores desses alimentos a fim de fomentar sua oferta e reduzir o preço, por consequência. Ademais, os meios logísticos para levar esses alimentos aos grandes centros devem ser repensados, dando-se preferência a meios mais rápidos e econômicos, como o ferroviário. Campanhas educativas e anúncios de conscientização também são bem vindos: tudo por uma alimentação saudável.