O terrorismo nutricional existe e, sem dúvida, possui algo de insondável. Em uma sociedade imediatista, onde as informações circulam com facilidade, a busca por uma alimentação saudável tornou-se um empecilho tanto pelos conceitos errôneos criados quanto pela sua acessibilidade. Com o avanço do número de casos de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade e diabetes, a demanda por alimentos mais saudáveis tornou-se imprescindível. No entanto, a mídia e o marketing nutricional possuem uma potente influência na hora da escolha dos alimentos que consumimos. Muitos alimentos intitulados como “saudáveis” não são essenciais na alimentação e requerem um alto poder aquisitivo. Por outro lado, o consumo de alimentos naturais, como frutas e vegetais, que não possuem divulgação, são deixados de lado. Ainda sob esse prisma, devem-se priorizar alimentos orgânicos, ou seja, isentos de agrotóxicos. Embora em supermercados, esses mantimentos possuam um preço elevado comparados a alimentos convencionais, a qualidade nutricional e segurança alimentar dos mesmos são indiscutíveis. A agricultura familiar é associada à agricultura orgânica por não fazer uso de uma grande quantidade de agrotóxicos. Além disso, a implantação de alimentos orgânicos em entidades públicas e privadas deve ser garantida por lei, assim como é no Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que estipula 30% das compras de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar. Por conseguinte, é fundamental que o governo estimule a agricultura familiar e feiras orgânicas em diversas regiões para suprir maior parte da população com oferta de um preço mais acessível. Sendo assim, é possível acabar com esse terrorismo nutricional repleto de modismos e tornar a alimentação saudável um hábito acessível a todos e ainda contribuir para economia local do nosso país.