Com o rápido desenvolvimento industrial do Brasil, o consumo de hábitos alimentares saudáveis tem se tornado cada vez mais raro e restrito à uma pequena elite. Nessa perspectiva, é válido analisar não apenas a influência dos preços na mesa das pessoas como também a assídua publicidade em torno dos alimentos processados. Frente a essa gravidade, a problemática da alimentação saudável deve ser melhor deliberado entre as autoridades e a sociedade brasileira. Em virtude da premissa em voga, uma pesquisa do IBGE constatou um maior consumo na zona rural de comidas frescas e naturais, em contrapartida com a área urbana, na qual prevalece a utilização de alimentos industrializados. Sob esse viés, com o uso dos transgênicos, organismos geneticamente modificados, os alimentos ficam maiores e mais resistentes aos agroquímicos, o que permite um aumento no tempo de decomposição e os tornam mais chamativos pelo tamanho e pela cor. Além disso, as frutas e as hortaliças, hodiernamente, são mais caros ou iguais ao preço dos produtos processados, o que os tornam inacessíveis para a maioria da população, além de serem menos atrativos e menos propensos à compra pelo consumidor. Dessa forma, percebe-se uma relação intrínseca entre a alimentação e o mercado financeiro, sendo necessário uma urgente conciliação entre os dois setores. Em adição a isso, vê-se que a mídia transformou os alimentos industrializados em um grande coautor para a alienação da cultura de massa. A título de exemplo, pode-se destacar o documentário “Muito além do peso” de Estela Renner o qual relata as propagandas televisivas se utilizando principalmente de crianças, público vulnerável, para divulgar uma maior intensificação no consumo de alimentos não saudáveis, como fast foods e refrigerantes. Em face disso, os familiares acabam colocando, muitas vezes a pedido dos filhos e por falta de informação sobre o assunto, esses tipos de processados no ambiente familiar, resultando em obesidade e problemas cardiovasculares, caso haja um uso excessivo. Desse modo, são graves os malefícios que o marketing gera, tornando-se essencial um maior controle desse meio de comunicação. Destarte, em virtude do consumo de comidas saudáveis estar associado ao porte financeiro, há a urgência de tomada de medidas eficazes com o intuito de sanar a grave desigualdade alimentar presente na contemporaneidade. Para tanto, é fulcral que o Ministério da Educação e Cultura, em parceria com a família, invista na educação alimentar, por meio da execução de simpósios mensais, a fim de melhor integrar a comunidade escolar e a familiar, oferecendo informações sobre a importância de consumir alimentos com alto valor nutritivo. Ademais, é imprescindível que o governo federal intensifique o projeto de reduzir impostos e taxas para produção e venda dos alimentos saudáveis com o fito de facilitar o acesso da população pobre, além de reduzir os índices de doenças crônicas. Outrossim, compete à mídia realizar campanhas publicitárias por meio dos canais de comunicação, mostrando a essencialidade da utilização de comidas saudáveis e as possibilidades de diversas dicas de alimentação. Logo, coma realização dessas medidas, o problema com a alimentação irregular no Brasil poderá ser de fato atenuado.