Título da redação:

A contribuição da "meritocracia" para com a cultura do desperdício.

Tema de redação: O desafio da alimentação saudável: luxo para poucos ou hábito acessível?

Redação enviada em 15/02/2017

Atualmente, aproximadamente 2 bilhões sofrem de transtornos alimentares, a percepção deste problema se agrava quando entende-se que cerca de metade destes sofrem com sobre peso, desfrutam do excesso e os demais, da subnutrição, gozam de escassez. Este contraste é possível graças à cultura enraizada do desperdício e fenômenos sociais como concentração de renda. O capitalismo proporcionou o surgimento de uma cultura de desperdício e exagero. Cultura analisada pelo fato de que se produz alimento suficiente para alimentar a toda população terrestre com excedentes e, contudo, ainda há fome em todos os países, inclusive nos EUA onde aproximadamente 50 milhões sofrem com a fome. Avanços na tecnologia no setor agropecuário e a expansão da fronteira agrícola são fatores que se esperava providenciar um maior abastecimento para as prateleiras de todas as famílias. No entanto, tais progressos geraram uma reação contrária a esperada, onde latifúndios ficaram maiores; agricultores de subsistência venderam seus lotes, pois não conseguiam ter um preço competitivo. Promovendo um maior êxodo rural e maior concentração de renda. A coexistência de conceitos como cultura do desperdício, concentração de renda, fome e obesidade só possível graças a crença de meritocracia, pois esta permite justificar o exagero de um e a pobreza de outro como merecimento. Para intervir nessa realidade, a desconstrução dessa crença se faz necessária e por consequência realizações de reformas agrárias juntos a estímulos e facilitações para produtores de micro porte seriam formas de, ao menos, amenizar esse transtorno.