Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a ausência de solidez nas relações econômicas e sociais é reflexo da “modernidade líquida” vivida no século XX. A questão do consumo de drogas lícitas e ilícitas no Brasil reflete essa liquidez e deve ser combatida de modo a priorizar a saúde e o bem estar social. Ao se analisar a questão da saúde individual, torna-se evidente o fato de que as drogas – tanto lícitas quanto ilícitas – prejudicam esse importante fator. A princípio, nota-se que o consumo de ambos os tipos de drogas está associado a dependência química e, posteriormente, a problemas sérios de saúde, a exemplo: o câncer. Logo, não restam dúvidas de que seu consumo é um fator de risco a saúde do usuário. Somado a isso, um dependente químico claramente não afeta apenas a sua própria vida, pois está inserido em todo um contexto social de família, amigos, escola ou trabalho, que também são – direta ou indiretamente – prejudicados pelo vício do usuário de drogas. Isso é evidente em casos de famílias que são completamente destruídas por conta de uma única pessoa que se tornou dependente das drogas. Sendo assim, é nítida a refutação ao argumento de que o consumo de drogas influi unicamente na vida do próprio usuário. O combate a liquidez citada inicialmente, a fim de conter o avanço do consumo de drogas lícitas e ilícitas, deve tornar-se efetivo, visto que a prioridade das ações do governo deve girar em torno da saúde e do bem estar social. O governo deve, portanto, diminuir a veiculação de anúncios de drogas lícitas, além de informar seus malefícios através da mídia e investir mais em centros de reabilitação financiados pelo terceiro setor, auxiliando-os e concedendo incentivos fiscais para possibilitar sua continuidade. Tais centros, por sua vez, precisam investir em estrutura para receber a demanda e possibilitar meios de reinserção dos reabilitados ao mercado de trabalho por meio de cursos profissionalizantes e estágios em empresas parceiras. Dessa forma, o Brasil caminhará rumo a liberdade dos vícios que têm prejudicado toda a nossa sociedade.