Dentre os inúmeros debates que ocorrem em vários países a cerca da liberação do consumo de drogas em seus territórios, o Brasil nas últimas décadas, acompanha a trajetória de um movimento que defende a descriminalização e posterior legalização de drogas como a maconha e garante que esse posicionamento traz benefícios sociais, econômicos e até políticos para a sociedade. Entretanto, não deve-se ignorar as evidências de que tanto as drogas ilícitas quanto as licitas trazem prejuízos individuais e coletivos para o indivíduo que as consome e para a sociedade como um todo. A constituição de 1988, também chamada de constituição cidadã visa o Homem como um sujeito de direitos entre eles o direito à vida e a saúde e a lei 8080 de 1990 estabelece que é dever do Estado promover ações eficazes de promoção, recuperação e prevenção de agravos. Ao defender a legalização do consumo de drogas e os poderes legislativo, executivo e judiciário deliberarem sobre essa temática, torna-se incoerente pois está desconsiderando o que é estabelecido e defendido pela constituição vigente, uma vez que já foi comprovado cientificamente os prejuízos oriundos do consumo de drogas e a luta que é travada diariamente contra o crescimento do número de usuários e a reabilitação dos mesmos em centros de atenção psicossociais álcool e drogas (CAPS ad). Contudo, ao estudar a dinâmica das relações em torno dessa problemática, se torna perceptível a motivação para manter esse sistema, o mesmo é altamente lucrativo e ao trazer agravos sociais e econômicos acaba por fortalecer o poder paralelo que se forma a partir do tráfico. Como o mundo vive um regime de globalização onde o capitalismo se configura como organizador das relações, uma consequência é o aumento da frequência de crises financeiras sentidas de forma diferente por cada país, no brasil o primeiro aspecto a ser sentido é o aumento do desemprego e da criminalidade que tem como principais vítimas grupos sociais considerados de risco: negros, pobres e moradores de comunidades carentes o que contribui para o aumento de situações de vulnerabilidade para essas pessoas. Portanto se faz necessário, que o Estado em conjunto com a sociedade interfira e execute ações para quebrar essa cadeia de manutenção de vulnerabilidade para o consumo de drogas. Primariamente, é importante que os CAPS tenham investimento adequado para atender essa demanda crescente de usuários e que estes possam ter perspectivas promissoras de reabilitação em sociedade, em segundo, combater o tráfico e a atratividade que o uso de drogas produz na comunidade através de políticas e programas que assegurem os direitos promulgados na constituição bem como a punição mais eficaz dos que promovem e incentivam o tráfico de drogas e suas vertentes.