Ao analisar a história da humanidade, verifica-se que o homem possui uma relação de longa data com psicotrópicos, mas apenas no século passado teve seu uso proibido por leis. Essas substâncias afetam diretamente o sistema nervoso, e seu uso abusivo pode levar a morte precoce. Entretanto, apenas um grupo de drogas é discriminado no país, enquanto o outro é aclamado pelo comércio abundantemente, gerando ideologias conflituosas no país. Nos últimos anos, o governo brasileiro vem discutindo acerca da implantação de leis mais rigorosas sobre o tráfico de drogas, alegando ser um mal na sociedade e sempre relacionado às classes socialmente mais baixas. Dados da Ifopen constatam que o tráfico é culpado por quase um terço das prisões efetivas, e sua ocorrência está subindo cada vez mais. Muitos dos envolvidos, tanto no âmbito criminal, como no uso propriamente dito, são jovens. Isso acarreta no seu individual, como a saúde e no futuro como cidadão, e no seu coletivo, envolvendo pessoas a sua volta. Ao passo que há discriminação das drogas ilícitas, há uma grande comercialização dos entorpecentes lícitos, como o álcool e o tabaco. Com o olhar capitalista, as empresas fazem um grande merchan sobre o produto, induzindo o seu consumo. Resultado disso é a grande dependência dessas substâncias com seu uso prolongado, e, infelizmente, sendo as maiores culpadas pelos casos de homicídio no Brasil: segundo a OMS, o cigarro é responsável por 70% das mortes por uso de drogas, e o álcool, 26%, verificando, portanto, que se trata de uma perigosa arma no corpo social. Não há dúvidas que a sociedade mistifica as drogas ilícitas, as apontando como o mal que a assombra. Entretanto, há a urgente necessidade de encarar esse conflito como uma questão de saúde, e não apenas criminal. O Ministério da Saúde deve rever o uso permitido do álcool e do cigarro, determinando uma quantidade e idade legal para que possa ocorrer sua venda. Além disso, ela deve proporcionar campanhas midiáticas de conscientização desses produtos, mostrando as consequências do seu uso excessivo, como doenças, dependência psicológica e a morte precoce. Ademais, a Conar deve estabelecer regras as empresas desse ramo, censurando sua propaganda aberta ao público.