Título da redação:

Paraísos artificiais

Tema de redação: O conflituoso consumo de drogas lícitas e ilícitas no Brasil

Redação enviada em 08/09/2017

Regavam as festas nas danceterias francesas do século XVIII, auxiliavam o trabalho dos camponeses nas regiões andinas e não podiam faltar em uma boa comemoração, logo, é nítida a importância das drogas na história da humanidade. Além disso, a realidade brasileira no século XXI atingiu dimensões alarmantes, haja vista a necessidade de o indivíduo sanar seus problemas com drogas, independente de sua licitude, assim como da mídia incentivar o consumo. Primeiramente, o homem busca a solução, aparentemente mais rápida, no uso de drogas. Nesse espectro, guiados pelo imediatismo cego, veem no álcool e no tabaco, já que são mais acessíveis, uma válvula de escape. No entanto, sabe-se que a sensação de alívio, tanto para as drogas permitidas quanto proibidas, é momentânea e causa extrema dependência, uma vez no cérebro, criam paraísos artificiais. Em tal tocante, Charles Baudelaire, poeta francês do século XIX, afirmou que quem recorre aos venenos para raciocinar, mais tarde não raciocinará sem os venenos. Dessa forma, esses assumem os papeis de psicólogos, bem como terapeutas, posta a necessidade de os indivíduos dialogarem sobre as suas adversidades. Ademais, muitos desses venenos, glamourizados em décadas atrás pela mídia, refletiram diretamente no número de usuários. À vista disso, os ícones de cada época criavam uma imagem de beleza, jovialidade e sensualidade atrelada às drogas. Como exemplo, na década de 60, durante a jovem guarda no Brasil, Roberto, Erasmo Carlos e Wanderléia apareciam constantemente fumando e com bebidas alcoólicas, fato que implicou no crescimento exponencial de drogas entre os jovens. Por conseguinte, a publicidade tem o poder de influenciar os gostos da sociedade, contudo, as drogas lícitas ainda aparecem em contexto positivo, sendo dicotômico às ilícitas que exprimem horror, degradação humana, tal qual violência nos comerciais. Sendo assim, o consumo das drogas é histórico, mas os estigmas estão no presente. Portanto, para atenuar suas implicações, é impostergável que o Ministério da Saúde forneça acesso ampliado aos psicólogos, por meio das UPAS e postos de saúde em campanhas prevenção à dependência química, que por sua vez tenha enfoque nas famílias ensinando-as a perceberem que algum parente precisa de ajuda profissional, com o fito de reduzir o uso de drogas como resolução. Não apenas, faz-se urgente que a Mídia regule as propagandas das drogas licitas mostrando todo seu potencial destruidor, semelhante as proibidas, ao disseminar leis mais rígidas quanto à glamourização dos comerciais por intermédio do CONAR, para que impacte a sociedade com as consequências do uso exacerbado desses produtos.