No meio do caminho tem ... Dependência química. Violência. Tráfico. Essas mazelas são características da atual conjuntura do embate às drogas no Brasil. Conforme Carlos Drummond, que em seu famoso poema faz referência a uma pedra, a qual o angustia e impede sua progressão, as tentativas - incompativeis com a realidade histórica, social e geográfica brasileira, refletem para o país as mesmas dificuldades em vista à seu desenvolvimento enquanto nação. Em primeira análise cabe pontuar a dimensão do território em face das políticas públicas de combate. Sob a ótica da pesquisa realizado pelo IBGE, a qual enfatiza um aumento de cerca de 2% em 3 anos no uso de drogas pelos jovens, fica evidente que os meios que bloqueiam a chegada e a distribuição desses químicos nos centros urbanos, não estão sendo realizados de maneira coerente à realidade territorial e social do Brasil. Grandes extensões fronteiriças, enorme segmentações sem a presença do Estado como agente provedor social e servidores públicos corruptos contribuem para esse quadro. Ademais, é fundamental frisar que o consumo de droga, sobretudo pelos jovens - se tornou uma replicação social. Segundo Durkheim, sociólogo contemporâneo, o fato social é uma maneira de agir e pensar, dotado de generalidade e exterioridade, nesse ponto de vista, o indivíduo que se torna depende da droga, foi vítima, em primeira instância - de uma sociedade coercitiva, a qual permite a criação de uma lei moral que impõe a não aceitação do cidadão naquele que não segue tal preceito, isolando-o em uma bolha social. Essa reflexão, mostra-se quando um colega é taxado de "estranho" em uma confraternização ou quando os próprios familiares induzem o uso, por exemplo. A consequência direta dessa relação é o aumento das dificuldades do combate no âmbito social. À luz do exposto, por conseguinte, é analisado os obstáculos da sociedade "bruzundanga" no revertimento do alto consumo de drogas e, concomitantemente, a relação com o estado de anomia social. Em vista à superação de tais preceitos, o Estado, na figura do Ministério da Saúde e Público, juntamente com as instituições regulamentadoras, necessitam por meio da alteração - em foco de sua ineficácia, nas políticas públicas de combate as drogas, criar atuações compatíveis com a realidade territorial - investindo em tecnologia que permite uma maior e melhor fiscalização, social, aplicando recursos em hospitais visando o tratamento dos dependentes e na educação - sobretudo, no Ensino Fundamental, almejando a conscientização e o debate das mazelas do vício. Permitindo, por fim, a retirada da pedra do caminho brasileiro.