Karl Marx acerta, ao afirmar que é preciso modificar o mundo. Um olhar em direção à realidade confirma que viver em sociedade significa estabelecer propósitos que sejam coletivos, ou seja, não se pode crer que o consumo de drogas ilícitas ou lícitas sem a indicação de um profissional da área não trará malefícios. Nessa perspectiva, cabe analisar que o consumo de drogas afeta não só à um indivíduo, mas à um grupo, entretanto, o uso medicinal acaba trazendo grandes benefícios aos necessitados. É fato que essa ideia requer, primeiramente, um estudo acerca dos fatores que levam a descriminalização ou legalização das drogas e suas consequências. Nessa lógica, analisa-se que, segundo dados do Infopen, o tráfico de drogas corresponde a cerca de 25% das prisões no Brasil e caso a Constituição não se altere ele só tende a aumentar, sendo assim agravante, visto que as prisões brasileiras se encontram superlotadas. Ainda assim, vale ressaltar que certas drogas hoje ilícitas são importantes para fins terapêuticos, como a maconha no tratamento para dor em doenças como câncer e AIDS. Outro ponto fundamental para contradição desse tipo de pensamento é o fato que, de acordo com dados da Unifesp, para cada dependente de droga, outras quatro pessoas são afetadas, logo a droga acaba afetando o coletivo. Outrossim, o fato de ser ilegal caba não reprimindo por si só o seu consumo, visto que as drogas ilícitas atingem quase 30 milhões de brasileiros. É lamentável que, contudo, o uso demasiado e indiscriminado de remédios, bebidas alcoólicas e tabaco causam malefícios ao corpo humano e dependência. O posicionamento assumido nessa discussão demanda duas ações pontuais. A princípio, é necessário que a Polícia Federal estabeleça como meta criar postos de denúncias, inclusive virtuais e anônimas, a respeito do tráfico de drogas, a fim de reprimir os envolvidos e evitar que mais pessoas sejam inclusas nesse agravante. Além disso, é imprescindível que o Ministério de Saúde se organize para liberar a produção de fármacos extraídos de entorpecentes apenas caso profissionais da área solicitem, com o propósito de que essas drogas cheguem apenas aos necessitados. Só assim será possível que o consumo de drogas lícitas e ilícitas seja regularizado.