No Brasil contemporâneo, a maconha, a cocaína, a heroína, dentre outras drogas são, a princípio, consideradas ilícitas. Em contrapartida, o álcool e o tabaco, apesar de responsáveis por graves problemas irremediáveis no corpo, são drogas lícitas. Esse cenário contempla um processo de criminalização, o qual cria um mercado negro no país e, por conseguinte, a violência é fortalecida, de modo a desviar a juventude de um panorama salutar. Em virtude da imaturidade e da inexperiência, inúmeros jovens sentem-se pressionados a usar drogas ilícitas em festas, que por sua vez, têm em maioria drogas sintéticas, feitas de substâncias psicoativas, as quais estimulam o aumento da temperatura corporal, e consequentemente, podem levar a sério danos, até a morte. Sob esse viés, é evidente que as normas legislativas não estão gerando a vigilância e fiscalização necessárias para combater tal impasse. Ademais, devido à falta de perspectiva de vida e consequente ociosidade, adolescentes, primordialmente das periferias, veem o tráfico de drogas como um meio para atingir a estabilidade financeira. Esse contexto, aliás, determina outras adversidades sociais, a exemplo do uso ilegítimo de armas. A Ecstasy e as anfetaminas, presentes em festividades, têm de fato, um severo efeito psicodélico, então são justamente ilícitas. Entretanto, bebidas alcoólicas estão presentes, hodiernamente, em nossas vidas, a ponto de estarem intimamente ligadas ao desenvolvimento de úlceras, problemas cardíacos, câncer e cirrose hepática. O álcool, todavia, continua a ser permitido, de modo a formar uma situação de controle sobre o uso de drogas ainda mais incoerente. Em relação a isso, a ausência de uma educação que previne tal consumo foi um gatilho, pois sentenciou o filósofo Immanuel Kant: “Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado”. Logo, com o fim precípuo de combater os conflitos relacionados ao consumo de drogas no Brasil, faz-se necessário, portanto, que as instituições de ensino tenham o papel de deliberar acerca das consequências severas do uso de todas as drogas, por intermédio das aulas de Fisiologia Humana, visando ao combate do consumo excessivo. Outrossim, concerne ao Poder Público fiscalizar o uso de drogas sintéticas em celebrações, por meio da investigação médica de pacientes que apresentaram sintomas suspeitos após esses eventos, para que tal ocasião não se repita.