Título da redação:

Drogas no Brasil, uma guerra civil e arbitrária

Tema de redação: O conflituoso consumo de drogas lícitas e ilícitas no Brasil

Redação enviada em 05/09/2017

É inegável o grande consumo de drogas no Brasil, sejam elas lícitas ou ilícitas. Esse fato suscita diversas questões problemáticas para o país, envolvendo a ação do Estado e a opinião pública. Nesse ínterim, a ineficácia estatal e a visão retrógrada que reina socialmente estão possibilitando o aumento de tráfico de drogas e a degradação da saúde pública, matando brasileiros diariamente. Nesse contexto, o primeiro fator que deve ser discutido é o mercado dessas substâncias no território nacional. Substâncias lícitas, como o álcool e o tabaco, são facilmente obtidas no comércio, existindo apenas a restrição de idade do consumidor. Já a venda das substâncias ilícitas, por sua vez, configura um profundo problema social, que recruta jovens de baixa condição financeira para o tráfico e cria um cenário de extrema violência. Desse modo, o governo brasileiro tenta remediar a situação de forma belicosa e penal. No entanto, esse processo tem se mostrado, ao longo dos anos, ineficaz, já que instaurou uma guerra civil entre a polícia e os moradores nas favelas, além de gerar superlotações em presídios e, por fim, não solucionar o impasse. Ademais, outro fator que recrudesce essa terrível conjuntura é a arbitrariedade dos critérios de estabelecimento do que é lícito ou não pelo Legislativo. Ora, claramente, a razão não consiste na nocividade dos químicos à saúde, já que o álcool, o tabaco e outras drogas são legais para a venda. Logo, tal concepção advém de ideias tradicionais e subjetivas. Isso se reflete na sociedade, uma vez que a população tacha os usuários de drogas como criminosos, excluindo-os socialmente, dificultando a inserção desses indivíduos no mercado de trabalho e, por fim, alimentando a desigualdade social. Portanto, é eminente o problema do consumo e da venda de drogas no país. A fim de atenuar essa realidade, o Estado pode propor a legalização das substâncias ilícitas, de modo que a venda fosse regularizada pelo governo, extinguindo o tráfico. Assim, tal mercado geraria receita pública a partir da arrecadação dos impostos, que pode ser revertida em investimentos nas áreas de educação e saúde. Evidentemente, tais medidas requerem o controle do Ministério da Saúde a fim de conter abusos no consumo e a regularização do preço das drogas com o objetivo de evitar o comércio ilegal paralelo. Enquanto isso, concerne à sociedade desconstruir o estigma em torno das substâncias ilícitas, pesquisando e compartilhando dados científicos em relação aos prejuízos das drogas e oferecendo assistência aos dependentes químicos, direcionando-os a clínicas médicas e oferecendo-os oportunidades laborais.