Título da redação:

Criminalizar as drogas não é a melhor resposta

Tema de redação: O conflituoso consumo de drogas lícitas e ilícitas no Brasil

Redação enviada em 18/01/2018

Sobre drogas, o senso comum ecoa: as lícitas são seguras, as ilícitas são todas "pesadas" e usadas por pessoas marginais. Todavia, a realidade estatística demonstra, por exemplo, que o álcool, que é legal, é muitas vezes mais letal que a maconha, que é ilegal. E mesmo diante disso, diversos países, entre eles o Brasil, continuam combatendo o tráfico, e o uso, de drogas ilícitas com prisões e mortes, sem lançar olhar sobre outras maneiras de enfrentar a problemática. Citando como caso pertinente, tem-se o estado americano do Colorado, que decidiu pela legalização da venda de maconha, para uso medicinal e recreativo, em lojas, obtendo resultados bastante satisfatórios. Não só o numero de crimes não aumentou como o imposto gerado em um ano de venda - US$ 200 milhões - foi investido na construção de escolas e também na segurança pública. O mesmo sucedeu em alguns países da Europa que legalizaram não só a maconha como qualquer tipo de droga. Depois desses positivos casos de enfrentamento, entra em foco o combate ao tráfico de entorpecentes no Brasil. Apelidado de "guerra às drogas", esse combate tem participação massiva no número de prisões e mortes violentas que ocorrem hoje no país. Ademais gera poucos dados sobre os usuários de drogas - ou até mesmo as drogas em si -, algo crucial quando se quer implementar uma política pública para amenizar ou solucionar o problema. Dados os fatos apresentados, é iminente uma nova maneira de acareamento da situação. A forma mais viável, e com exemplos de sucesso supramencionados, é o Congresso Nacional, por meio de uma votação, aprovar uma lei que não só descriminalize o uso como também estabeleça o controle Estatal total sobre a venda de entorpecentes. Os benefícios serão: as drogas serem mais seguras para os usuários, diminuição das prisões e mortes geradas pelo tráfico, geração de impostos que podem ser investidos em diversas áreas, como a Educação; e também a geração de dados sobre o uso de drogas no Brasil, facilitando uma política pública futura de saúde ou conscientização. Um cenário bem diferente do que se tem hoje.