A incapacidade de controle estatal das condições laborais, aliada à má distribuição de renda da população geram o trabalho escravo. Este pode ser reconhecido, por comparação histórica, pela posse do trabalhador por donos dos meios de produção. Todavia, a escravidão, nos dias atuais, acontece de maneira quase imperceptível e, assim como a primeira, deve ser contida. Ao legalizar que crianças trabalhem, o governo ajuda a criar mão-de-obra barata e sem poder sindical para a indústria. Ele também elimina parte essencial de suas vidas, transformando-os, desde sua entrada no mercado, em pessoas que apenas são avaliadas pela sua produtividade. Outra forma de escravidão esta na quantidade de horas e dias exigidos de trabalho pelas chefias. Seja pela demanda de competitividade ou aumento da produção, o operário e’ forcado a realizar tarefas além das que deveria, impossibilitando-o de manter uma vida social e psicológica equilibrada. Da mesma maneira, ao diminuir os salários, mas preservando a carga horaria, o empregado se encontra capaz, apenas, de pagar para sobreviver. Desse modo, ao retirar a maior parte do poder aquisitivo dos trabalhadores, também e’ tirado destes sua capacidade de ter uma vida digna e prospera. Portanto, incumbe à sociedade exigir dos governantes e dos que detém os meios de produção, formas de valorizar o trabalho e, por consequência, todos os trabalhadores. Resguardar a qualidade de vida, através da normatização de regras rígidas e a fiscalização das condições trabalhistas, pode impedir que o homem torne-se escravo, não so’ do senhorio, mas também do tempo e do dinheiro.