Segregação social. Castigos físicos. Preconceito.Maus tratos. Esses foram alguns fatores pelos quais os negros africanos tiveram que passar durante a escravidão. Todavia, mais de um século após a "libertação dos escravos", ainda é possível encontrar resquícios da prática escravizadora no Brasil. Essa "herança maldita",segundo Sérgio Buarque de Holanda,ainda assola muitos cidadãos brasileiros, não mais pelo requisito da pele negra,mas pelo requisito social: a pobreza. Nesse sentido, levando-se em conta que o Brasil foi o último país americano a abolir a escravidão, fica evidente que as consequências de séculos de práticas escravocratas acompanhariam as relações de trabalho no país.Exemplo disso, é a chamada "escravidão por dívida", na qual trabalhadores rurais, geralmente nordestinos, migram para trabalharem em grandes fazendas no centro-oeste e acabam prisioneiros dos grandes fazendeiros. Paradoxalmente aos avanços econômicos do Brasil no século XXI, a realidade desses trabalhadores, que se tornam prisioneiros,revela o regresso e a fragilidade das estruturas sociais brasileiras.Enquanto fazendeiros e latifundiários são representados no Congresso Nacional pela "bancada agropecuarista", nordestinos e crianças trabalhadoras de minas de carvão, ficam sujeitos ao despotismos de seus patrões. Além disso, segundo a ONG britânica "Walk Free Foundation", o Brasil ocupa a 94° posição no ranking de escravidão global, com quase 200 mil pessoas em situação de trabalho escravo . Fica evidente, portanto, que a situação escravista no Brasil não coaduna com a realidade de desenvolvimento econômico e, muito menos ,com o status de país emergente.Logo,cabe ao governo intensificar a fiscalização trabalhista e reforçar a punição para empregadores que atuarem dessa forma nefasta.Ademais,cabe a mídia exibir documentários, artigos e matérias jornalísticas, a fim de conscientizar a sociedade sobre a temática,E, por fim, a iniciativa privada adotar uma postura ética e responsável na contratação de seus trabalhadores. Com essas medidas, o Brasil será ,verdadeiramente, um país de todos.