Um famoso pensador da psicologia, Vygotsky, afirma que o trabalho é constituinte do homem. Com o trabalho o homem é capaz de transformar o mundo a sua volta e se diferenciar de outros animais. Infelizmente algumas formas de trabalho só servem para usurpar o mínimo de humanidade de alguns indivíduos, que são tratados como animais. Isso é o que podemos chamar de trabalho escravo. Uma atualização do conceito de trabalho escravo torna-se necessária a partir do momento que este ainda é uma realidade, principalmente em um país como o Brasil. É possível encontrar condições de trabalho insalubres todos os dias quando, por exemplo, empregadores pagam salários muito abaixo do piso profissional de uma certa área, ou quando trabalhadores são obrigados a estender a sua carga horária até em casa. Nesse ponto, somos todos um pouco escravos do sistema capitalista. Contudo, o trabalho escravo consegue extrapolar a degradação do indivíduo, ferindo os princípios básicos da Declaração dos Direitos Humanos, como a liberdade, saúde e alimentação. A lei deve então abranger toda e qualquer forma de escravidão, não deixando espaços para brechas, deixando os culpados sem escapatória da sua punição. Com uma lei clara e concisa será possível tomar medidas mais enérgicas para proteger nossos cidadãos da escravidão. Resumindo, a curto prazo cabe ao Poder Legislativo a construção de um conceito bem delineado do que é o trabalho escravo perante a lei brasileira, respeitando a Declaração dos Direitos Humanos. A médio e longo prazo, devem ser desenvolvidos programas de assistência às vítimas, oferecendo assistência médica e psicológica, assim como dar instruções para a população através da mídia televisiva do que é e como denunciar o trabalho escravo. Seria ideal também intensificar a fiscalização em relação ao trabalho escravo, principalmente no campo onde há mais incidência. Dessa forma, podemos garantir condições de trabalho dignas a todos os brasileiros.