A Lei Áurea trouxe alívio para grande parte da sociedade, mas causou a fúria na elite agrária brasileira, que derrubou o Império de D. Pedro II devido à sua influência política e econômica, influência esta se faz presente até os dias de hoje. No ano de 2018 a abolição completará 130 anos, no entanto, o trabalho escravo ainda vive em nosso território. Em um governo no qual empresas financiam campanhas políticas, temos como resultado um Congresso repleto de interesses privados, que ocasionalmente, se chocam com os interesses públicos. A influência da elite agrária por meio destes financiamentos foi capaz de alterar a definição de trabalho escravo, permitindo brechas para a exploração de trabalhadores no campo e se opondo às políticas de combate ao trabalho escravo. Diversas vezes os trabalhadores são enganados por promessas de bons trabalhos, e em razão de sua baixa escolaridade e pela própria necessidade de renda, se deparam com péssimas condições de trabalho e nenhuma possibilidade de retorno. Comumente seus documentos e bens são confiscados, impedindo, dessa forma, que fujam ou contatem suas famílias. Nessa perspectiva, é necessário que o financiamento empresarial de campanhas eleitorais seja abolido da política brasileira, somente então, haverá governantes verdadeiramente alinhados com o povo. Se tratando de fiscalização e combate ao trabalho escravo, cabe ao governo melhorar seus métodos, como por exemplo, através da criação de uma força tarefa unindo o Ministério Público e a Polícia Federal de modo a acentuar o combate à exploração do trabalhador. Outrossim, é vital que melhore a inserção social do trabalhador resgatado por meio de programas com empresas parceiras que fornecerão cursos de formação e postos de trabalho e, dessa forma, auxiliarão o trabalhador de modo legal e condizente com as leis trabalhistas.