No limiar do século XXI, a sociedade contemporânea brasileira ainda não tem a plena cognoscibilidade de que o trabalho escravo degrada os Direitos Humanos. Atualmente, por uma mudança na conjuntura do país, é considerado escravidão qualquer atividade de teor coercivo e com condições degradantes na atividade. O espanto é pelo grandioso número de pessoas que são submetidas à essa situação. Nesse sentido, os desafios e as incertezas persistem. A nação conhecida por sua miscigenação e, de certo modo, tolerante a diferenças, o Brasil é marcado por sua tardia liberdade aos negros. Mas, a Lei Áurea foi insuficiente à problemática da escravidão, pois não houve preocupação em integrar socialmente os ex-escravos. Esse contexto é justificativa para a cultura regressista desse tipo de exercício, agora não só de negros, principalmente, no setor primário e secundário do Estado. Um desrespeito humano. Seguindo essa perspectiva, a estrutura econômica auriverde é um agravante a essa prática. Ao parafrasear o socialista Karl Marx, é um dos princípios do capitalismo a opressão máxima dos trabalhadores, a fim de lucro máximo através da mais valia. Logo, se são verdades uma cultura -ainda- enraizada em um passado trágico e uma leviana e péssima fiscalização dos locais de trabalho, não menos exato é a insistência na situação escravista, retratando a realidade segundo o geógrafo Milton Santos: não como fábula, mas como ela realmente é. Por tudo isso, o ensaio da humanidade se faz imperativo. Para isso, são condições “sine qua non” uma atitude cidadã da mídia, por meio de programação educacional, com a instrução e sensibilização da sociedade, por exemplo, ao advertir e ao demonstrar que a escravidão vai de encontro aos Direitos Humanos; além disso, a legislação só se efetiva quando executada, assim, o Estado deve impor fiscalizações mais rigorosas e investigativas em todos locais de trabalho. Logo, o Brasil se configurará mãe gentil.