A conquista de um trabalho digno nem sempre é uma realidade atingida por todos os cidadãos brasileiros pois, inúmeras vezes, envolve fatores socioeconômicos que não estão sob o controle pessoal. Cabe salientar, que condições de trabalho salubres, remuneração justa e possibilidades de crescimento profissional são aspectos determinantes para um ofício ser enquadrado idealmente dentro dos preceitos que norteiam a dignidade humana. Logo, para vivenciara célebre frase ö trabalho dignifica o homem", o trabalhador depende decisivamente da postura adotada pelo empregador e pelo sistema econômico vigente. A luta pela dignidade no processo de trabalho é antiga e envolve aspectos variados, tais como, o cumprimento de normas de saúde e segurança do trabalho, ambas diretamente relacionadas com a salubridade física e mental do trabalhador. Somado a isso, salários condizentes com a jornada e com as atividades laborais e, finalmente, o sistema empregador como agente facilitador de promoção na carreira, são pontos determinantes para uma atividade ser considerada digna. Portanto, a busca contínua pela qualificação profissional tão almejada pelos indivíduos como peca chave para o sucesso pode não ser suficiente para obtenção de postos de trabalho plenamente dignos. Tal afirmação também se baseia na premissa que trabalhos de qualidade, bem remunerados e dinâmicos dependem de posturas ligadas à filosofia do sistema em que cada trabalhador está inserido. Infelizmente, no âmbito do capitalismo financeiro, no qual o lucro é prioridade, este pode ser um constante empecilho para o alcance da visão em que trabalhador torna-se o foco principal do processo de trabalho. Logo, a criação e manutenção de políticas públicas e privadas voltadas para a valorização e para o incentivo dos anseios profissionais dos trabalhadores podem ser alternativas para o surgimento de postos de trabalho considerados plenamente dignos.