Título da redação:

A escravidão não acabou

Tema de redação: O conceito de trabalho escravo em discussão no Brasil

Redação enviada em 15/04/2016

O conceito de trabalho escravo está relacionado com relações de trabalho nas quais as pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra a sua vontade sob ameaça, violência física e psicológica ou outras formas de intimidação. Atualmente, esse tipo de servidão ocorre porque as pessoas na maioria dos casos são pobres e procuram novas oportunidades, mas acabam sendo enganadas. Por meio de análises históricas, percebe-se que a escravidão esteve presente a partir do momento que as sociedades começaram a se organizar. Porém, até a Roma antiga os escravos eram aqueles povos conquistados em guerras ou indivíduos que não conseguiam honrar suas dívidas, independente de raça ou classe social. Com as Grandes Navegações e conquista do Novo Mundo, os escravos eram os negros, oriundos da África, considerados seres inferiores e sem salvação. Hoje, o trabalho escravo é menos explicito e as vítimas geralmente são pessoas com pouco poder aquisitivo e que buscam no desconhecido ou em falsas promessas melhores condições de vida. Frequentemente, as pessoas são atraídas para locais longe de suas cidades por intermédio de gatos, que são indivíduos encarregados de contratar mão-de-obra através de promessas como, bons salários, carteira assinada, moradia, alimentação e muitas vezes até adiantamento. Porém, ao chegarem ao local que vão trabalhar, os empregados descobrem que tudo é descontado do seu salário, e a dívida chega até ser maior do que o que a vítima tem para receber, caracterizando o trabalho escravo por dívida. Muitas empresas de roupas renomadas, como a Renner e a Zara, já foram associadas ao trabalho exploratório, principalmente de bolivianos, que se submetem a duras jornadas e precárias condições de trabalho por medo de serem deportados e alguns por não terem a dimensão da realidade degradante em que vivem. Em virtude dos fatos mencionados, verifica-se que embora as políticas públicas tenham evoluído muito, é preciso que o Ministério do Trabalho intensifique ainda mais as fiscalizações, e quando encontrar pessoas nessa situação encaminha-las para serem avaliadas quanto a sua vulnerabilidade e saúde, por psicólogos e médicos. E após, deveriam ser direcionadas à cursos e oficinas profissionalizantes em áreas que tiverem afinidades, a fim de reintroduzi-los de forma digna ao mercado de trabalho. Como forma de punição aos acusados, além das punições de costume (multa e prisão), seria interessante a retirada do imóvel, onde as pessoas eram mantidas, do poder do réu e direciona-lo aos trabalhadores para que retirassem seu sustento.