Segundo Lavoisier, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Ao julgar o panorama atual, essa mudança pode ser vista no conceito de trabalho escravo em solo brasileiro. Embora haja um cenário de inúmeras definições, todos concordam em um aspecto: tal atividade é prejudicial e compromete componentes sociais. Em primeiro lugar, é válido analisar o perfil do trabalhador escravizado. Esses indivíduos –analfabetos e pobres, em sua maioria – estão à margem da sociedade, o que torna sua mão de obra extremamente desvalorizada e, consequentemente, barata. Diante desse cenário, a submissão à atividades degradantes é frequente, tendo a violência e a ausência de regulamentações como verdadeiras “colegas de trabalho”. Com isso, a falta de conhecimento acerca de direitos trabalhistas se transforma em um grande problema. Em meios rurais e urbanos, setores de toda a economia se aproveitam dessa ausência de interesse do brasileiro em relação ao que está escrito na Constituição de 88, promovendo condições de trabalho incoerentes com a legalidade e, assim, retirando benefícios garantidos ao empregado. Ao propor que “o homem é o lobo do próprio homem”, Hobbes não imaginava que a tentativa de dominação oriunda do estado de natureza perdurasse até os dias atuais. Fica claro, portanto, que o trabalho escravo no Brasil, independentemente de seus conceitos, é prejudicial e sobretudo, preocupante. Para reverter tal quadro, o governo, por meio do Grupo Móvel de Fiscalização, deve intensificar suas ações em todo o país, punindo empregadores que praticam essa exploração e libertando os trabalhadores que estão em situação degradante. A escola também deve ajudar nesse processo, promovendo palestras sobre o trabalho escravo contemporâneo e inserindo o estudo das leis trabalhistas e direitos humanos em sua grade. Desse modo, a condição de escravidão no Brasil será amenizada e, desta vez, Lavoisier ficaria orgulhoso.