Conforme observado no gibi "Turma da Mônica", de Maurício de Sousa, é retratado muitos assuntos da sociedade sob a ótica de vários personagens. A conturbada relação entre Cebolinha e Mônica, representa o bullying: constantemente, ele a xinga, por meio de nomes pejorativos, e ela revida com violência. Destarte, fora das páginas dos gibis, observa-se grande consonância entre a situação retratada em "Turma da Mônica" com o atual desfio dos jovens brasileiros, os quais buscam transpor a problemática do bullying, que possui seus fatores motivadores alicerçados no cotidiano familiar conturbado, bem como na falta de punição objetiva para o agressor. Em primeira análise, cabe pontuar que influências negativas no cotidiano do adolescente é fator primordial para a prática do bullying. Segundo a teoria da tábula rasa de John Locke, "o ser humano é como uma tela em branco que é preenchida por experiências e influências". Com base nisso, pode-se levar em consideração que as práticas adotadas pelos jovens que cometem bullying nas escolas tem origem no cotidiano de sua família, em discussões e desentendimentos. Nesse sentido, urge a necessidade de uma boa relação familiar como forma de minorar a incidência do bullying nas escolas. Faz-se mister, ainda, salientar a lei omissa e a falta de punições objetivas para o agressor como impulsionador da problemática do bullying. A Constituição Cidadã de 1988 garante a todos os indivíduos o direito à dignidade e ao bem-estar social. Todavia, o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles em seu livro "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos. Logo, se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil, à medida que a oferta de campanhas contra bullying, assim como a punição efetiva para o agressor, não está presente em todo o território nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel. Diante dos fator supracitados, infere-se que ainda há entraves para garantir a solidificação de práticas que visem a construção de um mundo melhor. Em virtude disso, cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas o qual promova palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito da aceitação do diferente e dos direitos humanos, uma vez que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador - a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral - por conseguinte - conscientizem-se acerca da problemática do bullying. Desse modo, a realidade distanciar-se-á dos quadrinhos da "Turma da Mônica" e os jovens brasileiros vencerão o desafio do bullying.