Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O combate à exploração sexual infantil

Redação enviada em 13/09/2017

Na obra “O Cortiço”, Aluísio de Azevedo demonstra, numa ótica determinista, o quanto o fator “ambiente” pode impor um estereótipo decadente numa pessoa. Apesar de vetusta, a tese do autor poderia ser utilizada para se entender o desenvolvimento anômico de uma pessoa que sofreu um trauma na infância, como a exploração sexual, e que carrega toda a dor e sofrimento daquele momento e lugar. Com isso, surge a problemática do abuso infantil no Brasil, seja pelo desdém da população com a causa, seja pela dificuldade do Estado em encontrar os agressores. Em linhas gerais, é notório que os cuidados de uma criança deveriam caber aos pais, no entanto, muitos casos de pedofilia vêm do próprio lar da vítima, o que demanda que o Governo intervenha. Nesse sentido, é incoerente suplicar ao menor que tenha maturidade para denunciar os maus tratos advindos do seu lar. Não obstante, ainda que a Constituição garante assistência do Conselho Tutelar a esses seres injustiçados, se o agredido não se pronunciar, o agressor continuará invisível para a justiça. Destarte, pela incapacidade de discernimento do menor, faz-se necessário que haja maior fiscalização nessa esfera familiar, senão, dificilmente esse cenário mudará. Outrossim, é importante frisar que a sociedade também deveria se inclinar ao combate da exploração sexual de crianças. Nessa visão, conforme o Imperativo Categórico de Kant, o homem deve agir em prol da moralidade sem qualquer pretensão, apenas porque é ético e racional fazê-lo. Malgrado a isso, os brasileiros, por vezes, não pensam dessa forma, uma vez que o pensamento “se não é problema meu, basta desviar o olhar” é recorrente na sociedade tupiniquim. Todavia, esse consenso garante a inimputabilidade dos agressores, haja vista que, sem uma denúncia, imaginar que esse criminoso seja encontrado é quase utópico, o que resulta na perpetuidade do imbróglio. Logo, frente às perspectivas referentes à problemática do abuso sexual na infância, algumas ações devem ser tomadas para aumentar a participação social e governamental nessa conjuntura. Para isso, o Poder Legislativo deve sancionar uma lei que exigirá das prefeituras a criação de um órgão municipal responsável por analisar as condições físicas e mentais das crianças. Essas deverão ser levadas por algum familiar responsável, anualmente, para que qualquer problema familiar ou abuso seja relatado e encaminhado às autoridades caso haja alguma desavença nos testes. Além disso, urge que a sociedade seja incumbida de denunciar, pelo Disque 100, atos que pareçam tendenciosos, como um indivíduo seguindo uma criança aleatoriamente ou um internauta postando imagens de crianças com comentários depreciativos, a fim de aumentar o número de denúncias e mitigar a participação de pedófilos no Brasil.