Apesar de um considerável crescimento econômico, observado pela elevação anual do PIB (Produto Interno Bruto), o Brasil ainda possui um precário desenvolvimento social, demonstrando a ineficácia de políticas públicas as quais contemplem a igualitária divisão dessa riqueza produzida. Desse modo, a população fica desamparada, dando margem a problemas como a exploração sexual infantil, fruto de uma intensa miséria social e de uma baixa intervenção popular. Em primeira análise, é preciso citar que, segundo John Locke, o corpo é a primeira propriedade do ser humano, devendo ser respeitado em quaisquer circunstâncias. Entretanto, essa premissa passa a ser quebrada a partir do momento no qual fatores como a desigualdade social, o desemprego e as altas taxas de analfabetismo começam a gerar uma situação de miséria na sociedade, desestabilizando muitas famílias as quais passam a ver, na exploração de seus filhos, uma perspectiva de mudança. Sendo assim, essas crianças ficam privadas de obterem uma infância digna e um futuro melhor. Ademais, é imprescindível explicitar o impacto da baixa mobilização popular em torno desse assunto, dificultando o combate à exploração infantil. Infelizmente, por conta do número ainda insuficiente de denúncias, poucos casos são solucionados, tornando essa realidade gradativamente mais comum no Brasil. Em contrapartida, é possível analisar o quão distante os brasileiros estão da Grécia Antiga, tendo em vista que, para um cidadão ser considerado político dentro da pólis, deveria estar sempre contribuindo para o desenvolvimento do bem-estar coletivo, por intermédio de uma participação direta na vida pública. Analisando os fatos supracitados, fica explícita, portanto, a necessidade de mudanças. Cabe aos órgãos administrativos do governo reduzir a miséria social, investindo em construções as quais gerem postos de trabalho e em criação de escolas técnicas, fornecedoras de cursos profissionalizantes, visando dar mais estabilidade às famílias desamparadas. Além disso, a mídia, em conjunto com as direções escolares, devem mobilizar a sociedade por meio do ministramento de palestras e da realização de campanhas publicitárias as quais conscientizem a população da importância de denunciar e participar, objetivando dirimir com essa realidade de exploração sexual infantil no Brasil.