A exploração sexual de crianças e adolescentes é uma triste realidade mundial. A existência de várias quadrilhas especializadas nesse tipo de crime associada à vulnerabilidade dos menores e não raro de suas famílias, alimenta essa rede criminosa. O combate a essa prática é um grande desafio para todo a sociedade, envolvendo a união de forças de grupos civis, governo, ONGs e da família em um nível mais particular. Estatísticas mostram que ocorreram no Brasil cerca de 175 mil casos de exploração sexual de crianças e adolescentes entre 2012 e 2016 e que ao todo 67,7% desses jovens são do sexo feminino. Esses números evidenciam que existe uma forte presença masculina como consumidora do serviço criminoso que tem favorecido economicamente de forma decisiva o sistema. Ainda mais chocante é o fato de que cerca de 40% dos jovens capturados estão na faixa de 0 a 11 anos e outros 30,3% são adolescentes entre 15 e 17 anos. Fica evidente que os aliciadores se aproveitam da vulnerabilidade de alguns menores, capturando crianças do convívio familiar e entregando-as ao tráfico para exploração sexual. Em outra vertente, usando das brechas estruturais de famílias fragilizadas, os criminosos promovem um discursos persuasivo de vagas no meio artístico e cultural e promessas de altos salários, se aproximando amigavelmente dessas famílias. Muitas delas de baixa renda e desinformadas tornam-se um alvo fácil e se convencem que essas pessoas podem oferecer uma vida melhor a seus filhos. A ausência de muitas crianças da vida escolar associada à negligência familiar também ajuda na piora do problema. Usando da mesma tática empregada com as famílias, os criminosos exploram fortemente esse universo de adolescentes em situação de abandono, oferecendo a eles um mundo novo e de grandes chances no meio profissional. Claramente essas propostas seduzem esses jovens, tornando-os vítimas dos aliciadores. É evidente a gravidade da problemática da exploração sexual infanto-juvenil. É necessário que se intensifique as propagandas dos canais de denúncia por meio dos órgãos públicos e emissão de panfletos informativos, o que geraria um maior volume de denúncias e investigações, coibindo em certo grau a ação dos criminosos. Além disso, é importante uma campanha conscientizadora por meio da TV, rádio e internet, que esclareça às famílias, às crianças e aos adolescentes o risco em aceitar propostas profissionais vindas de estranhos aparentemente bem intencionados oferecendo vagas no exterior ou em outros estados brasileiros. É grande a tendência de essas propostas estarem associadas ao tráfico de pessoas para exploração sexual e à trabalhos impositivos de semiescravidão. Tal campanha causaria conscientização e ciência do perigo na população em geral levando, em última análise, à queda no número de capturas.