Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, entre o século XVII e XXI, a exploração sexual referente a crianças e adolescentes sempre foi uma questão negligenciada. Como efeito, apresentamos elevados índices de denuncias de exploração sexual no cotidiano, o que compromete o futuro de uma geração a cada instante. Dessa forma, a violência praticada pela comercialização do sexo infantil é uma representação da falha da justiça nacional e da própria sociedade, que não procuram medidas efetivas para barrar essa patologia social. Em primeira análise, devemos compreender as causas da existência da exploração sexual no corpo social brasileiro. A presença de turismo sexual, prostituição e a industria pornográfica são meios propícios da participação de crianças e adolescentes devido a falta de investigação por órgãos de controle, pois essas práticas no país não são consideradas crimes desde que sejam realizados por maiores de idade. Assim, a infiltração de menores de idade são realizadas de maneira gradual com o objetivo de evitar denuncia social, ou seja, ocorre a normalização com o passar dos anos pela própria sociedade. O livro 'O Cortiço ' retrata como essa questão é pertinente no Brasil, em que a personagem Pombinha é aliciada a atos sexuais. Essa é a realidade de muitos, que devido a vulnerabilidade e a ingenuidade, ambos fatores causados por deficit na educação e a falta de estrutura familiar, sendo vítimas fáceis de aliciadores que de modo capitalista vendem de forma forçada seus serviços sexuais ou as traficam como mercadorias. Logo, fica evidente que essa dinâmica acontece devido a deficiência dos setores responsáveis pela educação e a formação de crianças e adolescentes. Portanto, podemos inferir que a exploração sexual infantil representa uma mazela social que deve ser combatida de forma urgente. Cabe ao Ministério da Justiça ampliar as formas de investigação e punição em relação aos agentes de exploração sexual de menores, como forma de impedir a continuidade desse ciclo; ademais, é necessário que uma parceria do governo com a mídia e a escola para criar campanhas de orientação de crianças e jovens através de palestras e o incentivo de denuncia por parte de todas da sociedade. Assim, possamos de fato impedir que o legado da nação não seja um marco de exploração sexual.