Infância: marcada pela inocência e ingenuidade, qualidades usadas contra elas mesmas, as marcando eternamente pelos que as exploram. Esse cenário não é tão raro como parece, no Brasil, a cada hora 4 crianças são vítimas desse mercado negro da ingenuidade, tendo como um de seus intermediadores, a internet. Essa facilidade de acesso, somada à liberdade dada ao seu uso devido a falta de presença dos pais na supervisão do conteúdo utilizado, se transforma em um vetor importante para o acontecimento deste tipo de crime. Diante das novas tecnologias, é evidente que delinquentes sexuais ampliaram seus meios de aliciar menores. No Brasil, a cada 26,7 quilômetros há um ponto vulnerável de exploração sexual infantil, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dado que expõe a proximidade do explorador que contata a criança na internet, como também a grande possibilidade deste contato se tornar pessoal, o pior caso possível. Outrossim, deve ser ressaltado que a facilidade dessa relação dos aliciadores com as crianças também se deve ao fato da liberdade que as mesmas tem quanto ao acesso às redes. Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil mostrou que quase 90% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos têm perfil em redes sociais. Essa exposição demasiada sem a supervisão dos pais é perigosíssima, dada a probabilidade elevada de persuação que estes meninos – e principalmente meninas – estão sujeitos. O que se percebe, portanto, é que não existe apenas um meio para combater a exploração sexual infantil. A sociedade como um todo deve se posicionar para conscientizar, principalmente os pais, a supervisionar e limitar o acesso de seus filhos à internet, bem como o aumento na quantidade de agentes infiltrados nas redes a fim de capturar estes transgressores responsáveis por esta lamentável situação.