Título da redação:

Jovens explorados

Tema de redação: O combate à exploração sexual infantil

Redação enviada em 19/09/2017

A constituição de 1988, norma de hierarquia maior no sistema judiciário brasileiro, assegura à criança e ao adolescente o direito à proteção de sua dignidade. Entretanto, os frequentes casos de exploração sexual aos infames mostram que alguns não experimentaram esse direito na prática. Nesse contexto, muitas crianças têm sido vítimas de atos de violência e abusos sexuais, diante de uma sociedade baseada em uma cultura capitalista e regida por leis e fiscalizações ineficientes. É importante pontuar, de início, que a presença de um sistema tecnológico que aproxima as pessoas em um meio virtual, é um precursor que deixa as crianças vulneráveis ao contato com aliciadores. Isso decorre, principalmente, do uso constante das redes sociais por essas. Logo, por não possuírem um senso crítico formado, são facilmente alienadas pelas promessas dos abusadores. Além do mais, a falta de apoio e de estrutura familiar – intrínsecas ao conceito chamado de "Modernidade Líquida" pelo sociólogo Zygmunt Bauman, no qual a sociedade contemporânea estaria imersa em instabilidade e inversão de valores – ausentam o cumprimento dos principais papéis da instituição parental: ceder educação, alimentação, respeito e carinho. Dessa forma, jovens e adolescentes ficam suscetíveis a serem explorados sexualmente. É fundamental pontuar, ainda, que, mais que marcas profundas nos corpos das vítimas, visíveis na forma de lesões, contágio por doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce, a violência sexual prejudica profundamente o desenvolvimento psicossocial. Nessa perspectiva, segundo John Locke, “o ser humano é como uma tela em branco que é preenchida por experiências e influências”. Assim, atos de abusos e de violência sexual ficam marcados em muitos jovens que, por conseguinte, terão o estabelecimento e manutenção de relações afetivas e amorosas prejudicadas. Fica evidente, portanto, que a exploração sexual infantil precisa ser erradicada do meio social. Para tanto, é imprescindível que o Governo torne o ambiente virtual mais seguro, utilizando-se dos princípios de privacidade afirmados no Marco civil da Internet, visando proteger a figura da criança de possíveis aliciadores. Ademais, o Estatuto da Criança e do Adolescente, junto com o Conselho Tutelar, deve promover campanhas como as do 18 de maio, Dia Nacional de combater a exploração sexual de crianças, distribuindo panfletos e cartazes nas ruas e nas casas, de modo a engajar a sociedade a lutar e denunciar casos de exploração sexual infantil. Outrossim, a escola deve desenvolver aulas que formem um pensamento crítico nos infantes, além de fomentar um diálogo afetivo entre pais e filhos em reuniões escolares, alertando-os sobre os perigos que o uso frequente das tecnologias da informação traz para as crianças. Em síntese, materializando-se tais medidas, o direito de dignidade da criança, afirmado na constituição vigente, será assegurado na prática.