No Brasil, crianças e adolescentes são vítimas da exploração sexual diariamente. Segundo o canal de denúncias “Disque 100”, em média são notificados quatro casos por hora. Isso, desconsiderando os casos não denunciados. Esse tipo de crime gera grandes prejuízos para a sociedade, sendo considerado pior até que a escravidão, já que o explorador obriga os menores a lhe render lucros, sendo tratados como mercadoria. Diante desse cenário, fique evidente a necessidade de se combater esse tipo de crime. Em primeiro lugar, é importante mencionar que a punição aos exploradores seria uma das principais forma de combate a esse crime. Segundo o filósofo Foucault, em sua obra “Vigiar e Punir”, o desenvolvimento de um cidadão submisso à ordem estabelecida é possível apenas por meio de processos “disciplinadores”. Ressaltando que contribui para prática desse crime, suscetível à punição, tanto o que aufere lucro com a exploração, como aquele que prática o ato sexual com o menor. Além disso, é essencial combater os motivos que levam uma criança a se tornar vítima desse crime. Uma vez que, diferentemente de crimes como abuso sexual, no qual qualquer criança pode ser vítima, as condições socioeconômicas da vítima da exploração sexual é determinante para inseri-la no grupo de risco. O ambiente social, a convivência familiar e até mesmo as condições financeiras são fatores que estão estreitamente relacionados com esse crime, podendo tornar essas crianças vulneráveis diante dos aliciadores. Portanto, medidas tanto de repressão como de prevenção devem ser tomadas a fim de erradicar esse tipo de crime. Logo, nos conselhos tutelares devem ser criadas equipes multidisciplinares, nas quais incluem médicos, psicólogos e policiais, capazes de identificar lares com crianças vulneráveis a esse tipo de crime e, identificada a situação, realizar acompanhamento mais particularizado do caso. Já, no âmbito da repressão, a polícia deve realizar projetos para identificar os principais pontos onde ocorrem a exploração, seja às margens das rodovias ou em bairros da área urbana. Após essa identificação, mediante um serviço de investigação, prender os exploradores e abusadores. Além disso, a própria polícia pode criar e divulgar um serviço de denúncia exclusiva para esse crime.