No raciocínio sociológico, idealizado na célebre obra "O Capital" , o pensador prussiano Karl Marx lança alerta, ao afirmar que é preciso modificar o mundo. Um olhar em direção à direção à realidade confirma que viver em sociedade significa estabelecer propósitos que sejam coletivos, em outras palavras, não se pode ignorar o sucedido de que o Brasil apresenta uma elevada taxa de exploração sexual infantil, violando o direito das crianças e dos adolescentes. Nessa lógica, cabe analisar essa exploração que não se associa restritamente a pobreza, e verificar como essa realidade impacta no corpo social. É fato que essa ideia requer, à priori, um estudo acerca dos fatores motivacionais desse processo, bem como de seus efeitos sociais. Nessa perspectiva, confirma-se a concepção de Marx, uma vez que há um detrimento do princípio da Isonomia, previsto na Constituição, no qual todos devem ser tratados igualmente, assegurando a preservação da saúde física e mental, e aperfeiçoamentos morais, intelectuais e espirituais. Entretanto, torna-se visível a situação vigente no cenário brasileiro, nota-se uma negligência, tanto social quanto governamental, a respeito da exploração sexual de crianças. Por conseguinte, compreende-se que, por seu um caso ilegal e clandestino, apresenta pouca visibilidade no Brasil. Outro ponto indubitável para consolidação desse tipo de pensamento é fato que os abusos sexuais direcionados à crianças e adolescentes estão diretamente ligados a aspectos culturais e psicológicos, já que esse fenômeno atinge todas camadas sociais e étnicas. Nesse contexto, é possível refletir à luz do olhar aguçado do sociólogo Zygmunt Baunan. Conforme o cientista social, os atores sociais pós-modernidade são confrontados pela perda da sensibilidade, cujo efeito nefasto resulta na cegueira moral. Isso significa que, muitas vezes, as ações humanas têm caráter irracional, tirando proveito de jovens e deixando-os com uma mancha emocional eterna. O posicionamento assumido nessa discussão demanda, portanto, duas ações pontuais. À princípio, faz-se necessário que o Governo Federal estabeleça como meta investir em disque denúncias de exploração sexual infantil e órgãos de fiscalização, disponibilizando recursos econômicos para esses setores, a fim de que esses possam atuar de maneira efetiva e punir os exploradores. Além disso, é imprescindível que o Ministério de Educação foque em oferecer suporte psicológico aos jovens envolvidos em explorações e abusos sexuais, disponibilizando-os tratamentos junto à psiquiatras capacitamos em trabalhar com essas vítimas, com o objetivo de reparar os danos emocionais dos envolvidos. Com isso, será possível, como advoga Marx, reverter essa brutal realidade a tornar-se mais humanizada.