Título da redação:

Escambo Sexual Contemporâneo

Tema de redação: O combate à exploração sexual infantil

Redação enviada em 08/04/2018

Sabe-se que durante o Brasil Pré-Colonial tivera o escambo, isto é, relações de trocas entre portugueses e índios. Nessa socialização, os europeus ofereciam objetos insignificantes – espelhos, apitos – em troca da mão de obra indígena na extração do pau-brasil. Assim, nessa interação, pode-se perceber um caráter histórico de exploração. Entretanto, de forma similar às raízes históricas do país, observa-se, atualmente, a infelicidade da exploração sexual infantil no Brasil. Nota-se que aspectos da natureza humana e a influência do meio socioeconômico da vítima, contribuem com a complexidade de combater a problemática. Em primeiro plano, é possível avaliar a existência de aliciadores de menores de idade, na esfera social, ao analisar, conforme o pessimismo da literatura machadiana, atributos inatos nos seres humanos. Nesse ângulo, o homem é visto como um ser corrupto e corrompido, no qual há quase ausência de princípios. Destarte, a lucratividade obtida pela exploração sexual de crianças e adolescentes, configura-se como impasse moral inerente à essência do indivíduo. Nesse viés, em segundo plano, percebe-se que a desigualdade social tem ligação com o problema em questão. Afinal, nesse mosaico social, tendo em vista que o “escambo sexual” é algo lucrativo, é fato que pessoas as quais sobrevivem sob extrema miséria podem aderir ao tráfico sexual com a finalidade de solucionar o estado de anomia econômica, pois estão susceptíveis à persuasão de aproveitadores sexuais. Nesse âmbito, é possível apontar uma correlação ideológica com Antônio Conselheiro, durante a República Oligárquica, o qual utilizava a retórica profética como meio de conseguir seguidores, prometendo-lhes, por meio da religião, a solução da pobreza abrangente no período. Dessa forma, está explícito que fatores econômicos podem, sim, interferir em questões sociais. Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para intensificar o difícil combate à exploração sexual infantil no Brasil. Desse modo, é preciso que as mídias realizem campanhas por meio de conteúdos objetivos e chocantes que apresentam as consequências psíquicas e físicas que a prática sexual precoce pode ocasionar, a fim de incentivar a criticidade de escolha dessas pessoas. Ademais, além se ser essencial que o Governo Federal fortaleça as fiscalizações das explorações sexuais, é de suma importância que ele também intensifique os programas sociais, nas regiões mais afetadas pela questão, os quais promovem educação remunerada com o fito de ajudar financeiramente o público-alvo. Assim, poder-se-á um dia, combater o “escambo sexual” moderno, mediante a fusão da criticidade com justiça e educação.