Título da redação:

Da teoria à prática

Tema de redação: O combate à exploração sexual infantil

Redação enviada em 09/07/2018

No Brasil, a exploração sexual infantil afronta, deveras, o interesse público. Tal fato ocorre, na prática, pelo pacto de valores mantidos, tanto pelo Estado, quanto pela sociedade civil, à custa de omissões e hipocrisias. Nesse contexto, urge a necessidade de combater esse empecilho que segue intrinsicamente ligado à nação. Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro não é eficaz enquanto agente fornecedor de direitos mínimos, à medida que milhares de crianças, em situação de vulnerabilidade, ainda são coagidas, como se fossem mercadorias, por um aliciador para fins lucrativos no comércio, turismo ou pornografia sexual. Dessa forma, é preciso se aliar aos ideais de Hayek, sociólogo iluminista, o qual defende que, no campo das condutas antissociais, deve haver sempre ações antecipatórias construídas na razão e embutidas no esforço público. É imprescindível, então, que haja políticas estatais de caráter instrutivo, de modo a garantir a tal grupo, assim, o pleno acesso à infância digna. Paralelo a isso, outro fator negativo para transpor as barreiras à violência é a insipiência coletiva. Bourdieu, ao ampliar a concepção marxista, responsabiliza a família e a escola pela formação da personalidade humana, o que legitima, logo, o argumento de que muitos pais e docentes perpetuam, por ignorância, tabus para as gerações seguintes. Portanto, fica claro que a banalização de diálogos com as crianças sobre essa exploração prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se na sociedade contemporânea, o que pode viabilizar, consequentemente, transtornos psicológicos na fase adulta. No entanto, isso pode ser atenuado por uma melhor gestão do Estado no âmbito escolar. Sob esse viés, cabe ao Ministério da Educação reforçar proativamente discussões nas escolas, com o apoio familiar, por meio de rodas de conversa guiadas pela abordagem bourdiana, projetos com material físico e online e palestras ministradas por estudantes de psicologia - visto que há estágio obrigatório nas universidades - a respeito do tema. Tal-qualmente, nos canais virtuais de grande alcance e midiáticos, através da divulgação de campanhas que busquem elucidar, notavelmente, a sociedade. Espera-se, com essa revolução, que todos, inclusive o próprio Estado, ampliem seu campo de visão e vençam esse desafio, o que garantirá, por fim, uma realidade complacente à ótica hayekiana. Afinal, como proferido pelo educador Paulo Freire, a educação muda as pessoas e pessoas transformam o mundo.