Título da redação:

Ação de contenção

Tema de redação: O combate à exploração sexual infantil

Redação enviada em 08/09/2017

O Estatuto da Criança e do Adolescente, criado para defender os direitos basilares de seu público-alvo, defendem que esses tenham direito à dignidade e à proteção. Para isso, devem-se eliminar as vis armadilhas que exploram suas vulnerabilidades consumadas na inocência, principalmente, quando se tangencia a esfera íntima. Nessa perspectiva, deve-se combater a atuação de pessoas de má fé que se utilizam das facilidades do meio virtual e exploram os defeitos da educação e da fiscalização do Estado para desdobrarem suas ações em tão frágeis personagens. Em primeira análise, o problema da exploração sexual tem em seu DNA o gene da educação, uma vez que ela é ao fator de construção do indivíduo pela assimilação de princípios morais, segundo Durkheim. Dessa forma, a deficiência no aprendizado sobre os direitos das mulheres catalisa a relativização da violência contra elas, que são dois terços das crianças e jovens que sofrem e abuso e exploração sexual, de acordo com denúncias colhidas pelo Disque 100, consequentemente, isso desinibe o agressor para tais práticas. Verifica-se, portanto, em várias capitais do país, o chamado "turismo sexual", onde várias crianças são aliciadas em pontos estratégicos e coagidas a praticar atos libidinosos com turistas. E apesar do policiamento ostensivo nos locais mais propícios, esse não é capaz de agir na raiz do problema, pois trata-se de uma atitude pontual. Não existe, portanto, uma ação conjunta dos órgãos de segurança pública capaz de articular um plano de ação que contenha esse problema. Outro ponto sensível que leva ao aliciamento de jovens e crianças é a facilidade com que se estabelece uma conexão com a vítima pela internet. Pois diante de um ambiente que propicia o anonimato e o acesso à informações de maneira rápida e fácil, esses aliciadores se fazem passar por outras pessoas, geralmente jovens atraentes e bem sucedidos, para marcarem encontro e, assim, poderem praticar o crime. Infelizmente, é factível que a falta de diálogo dos pais com os filhos fomente esse problema, além de que, a desestruturação familiar suscetibiliza o indivíduo à encontrar conforto para suas mágoas, tornando-o um alvo fácil para os criminosos. Deve-se conscientizar que, nesse aspecto, a internet ainda é um ambiente hostil, e que os órgãos competentes a evitar crimes por essa via, como a Polícia Federal, sofre constantes cortes de orçamento pelo Estado, o que desarticula sua atuação e dificulta a apuração dos fatos e punição dos envolvidos. Diante do teor crítico conferido pelo panorama supracitado, é imperativo a atuação dos poderes do Estados para contê-lo. Primeiramente, deve o Ministério da Educação implementar palestras nas escolas que trate sobre o assunto em debate. Essa ação deve contar com a participação dos pais e alunos e incentivar o diálogo dentro do lar, fortalecendo a família e evitando com que a criança entre em contato com o criminoso. Por fim, deve o Estado fortalecer a Polícia Federal e os órgãos de Segurança Pública no geral, para que possam intensificar e articular suas ações para conter os aliciadores, evitando, portanto, que esses venham a agredir jovens e crianças desse país.