O cenário econômico brasileiro vem se deteriorando desde o final do ano de 2014 e essa crise afeta diretamente vários âmbitos da vida social, refletindo até mesmo nos índices de natalidade de um país, já que devido à diminuição da qualidade de vida dos indivíduos, estes destinam a maior parcela do capital arrecadado para suas necessidades básicas como alimentação e saúde, deixando a gravidez e até mesmo a educação como segundo plano. Portanto a alegação que a industrialização e o desenvolvimento econômico solucionariam por si só a grande demanda de emprego devido à crescente mão-de-obra disponível, é uma maneira hipócrita de esconder as verdadeiras causas do problema visto que a falta de políticas públicas e sociais refletem na diminuição das oportunidades de trabalho atualmente. Em primeiro plano, deve-se notar que uma das principais causas referentes ao aumento do índice de desemprego é a grande disponibilidade de mão-de-obra. Esse fato está relacionado a diversos fatores, um deles é a concentração fundiária decorrente do sistema de sesmarias colonial que provocou, ao longo tempo, a saída em massa dos camponeses que, sem terra, buscaram nas cidades oportunidades de emprego. Além disso, a abolição da escravatura, a transição para o trabalho assalariado e o grande crescimento populacional contribuíram para que um número alarmante de pessoas recorressem ao trabalho informal, sujeitas a baixos salários e pouca proteção fiscal. Atualmente, no Brasil, a taxa de oferta de emprego está estagnada e o setor industrial apresenta elevados índices de demissões. Profissionais qualificados estão sendo remunerados com um baixo capital devido a grande oferta de trabalhadores e as empresas estão cortando gastos nas linhas de produção, terceirizando cada vez mais os serviços. Esse desemprego crescente acarreta uma série de consequências, como a diminuição do consumo, fato que impede o pleno desenvolvimento da economia e agrava ainda mais a crise, o aumento da marginalização dos desempregados que passam a realizar trabalhos informais não tendo uma estabilidade econômica e a queda do padrão de vida da população. Torna-se evidente, portanto, que a questão do desemprego no país exige medidas concretas e não um belo discurso. O governo em parceria com o Ministério do Trabalho deveria desenvolver políticas públicas que promovam a melhoria e o desenvolvimento do sistema educacional para que os jovens possam investir mais em educação e assim entrar mais tarde no mercado de trabalho e no sistema previdenciário para que os aposentados possam dar lugar aos novos profissionais, promovendo um aumento considerável de oportunidades de emprego para a população economicamente ativa e uma melhor organização do sistema econômico.