O mercado de trabalho é constituído pela relação entre aqueles que oferecem força de trabalho e aqueles que a procuram com o intuito de obter produtividade e, consequentemente, lucro para suas empresas. Essa interação demanda, portanto, mão de obra qualificada, estabilidade econômica, investimentos e planejamento, sendo que esse conjunto de fatores afeta diretamente o desenvolvimento de um país. No entanto, no Brasil, o cenário atual se contrapõe ao modelo ideal de mercado, já que a recorrente falta de investimentos na educação é somada ainda à crise econômica que perdura desde 2015, causando estagnação da economia e instabilidade para o proletariado. Nesse contexto, o principal impasse é o círculo vicioso decorrente da crise: a renda comprimida pela inflação, leva à retração do consumo, afetando os diversos setores da economia, sobretudo o de serviços. Assim as demissões em massa aumentam as taxas de desemprego e endividamento, e diminuem a quantidade de empresas ativas. Ademais, cresce também a informalidade como alternativa, ou seja, a expansão do trabalho por conta própria, que tem como consequência contingentes de trabalhadores não protegidos quanto à benefícios trabalhistas e, portanto, famílias desestabilizadas economicamente. Esse panorama conta ainda com a desvalorização da educação e profissionalização. Funcionários bem preparados demandam salários que as empresas não podem pagar em meio a situação atual do país, causa da redução da oferta de vagas para esses profissionais e da acentuação da competitividade. Além disso, educação de qualidade no Brasil tem custos muito altos, e uma população com poder econômico pequeno não consegue investir nesse segmento para ter chances de concorrer a essas vagas. Portanto, a base para a reestruturação do mercado de trabalho brasileiro é o planejamento. Muitas são as medidas emergenciais tomadas para amenizar os efeitos da crise, mas é preciso pensar a longo prazo e investir em infraestruturas de educação profissionalizante gratuita e de qualidade como o Pronatec, programa que já oferece ensino técnico e oportunidades de emprego, mas que poderia abranger uma quantidade maior de pessoas. Concomitantemente, o empreendorismo, principal promotor de estratégias de desenvolvimento econômico e social, deve ser incentivado pelo Ministério do Desenvolvimento, com a formulação de políticas públicas geradoras de competitividade e inovação entre as empresas, ações que podem ser apoiadas pelo Banco Nacional De Desenvolvimento Econômico E Social, o BNDES.