Título da redação:

Não Cabe aqui

Tema de redação: O cenário do mercado de trabalho no Brasil

Redação enviada em 29/10/2017

O preço do feijão não cabe na redação. O preço do arroz não cabe na redação. Não cabe na redação o gás, a luz, o telefone e a sonegação. Essa paráfrase remonta a estrutura do célebre poema “Não há vagas”, escrito por Ferreira Gullar, escritor do século XX. Nessa conjuntura, a crítica literária embasa-se no desemprego e nos estorvos encontrados pelos trabalhadores brasileiros. Um século depois, a realidade do mercado de trabalho não tão é animadora, haja vista uma exigente qualificação da mão de obra, bem como a disputa entre o homem e a máquina que dificultam um cenário promissor. De prévia pauta, caminham paralelamente a educação e a oportunidade de emprego. Sob esse viés, quanto maior o grau de escolaridade, mais fácil conseguir o trabalho, uma vez que é exigida uma extrema qualificação. Em verdade, o número de portadores de diploma de nível superior e médio aumentou 7,1%, de acordo com o IBGE 2012. Nesse contexto, fica clara essa percepção pela população economicamente ativa (PEA), pois um dos motivos de crescimento da educação é o interesse empregatício. À vista disso, Padre Antônio Vieira – filósofo da Companhia de Jesus - afirmou que a educação é como uma moeda de ouro validada em qualquer localidade. Logo, infere-se que essa máxima é perfeitamente plausível para a realidade do emprego formal, já que o conhecimento é a porta de entrada para inserção nesse mercado. Ademais, os embates entre o homem e a máquina dificultam a disponibilidade de emprego. Nesse contexto, a produtividade atrelada ao maquinário substitui quase totalmente o trabalhador, posto que ainda necessita de uma mínima parcela para controlá-lo. De fato, após a Revolução Industrial, o número de operários decresceu, porquanto as máquinas agiam com bastante autonomia, o que desprezava uma grande massa trabalhadora. Então, para manter-se ativo nesse mercado é necessário se reinventar e torna-se multifacetado, pois além da qualificação, é imprescindível especializações. Por conseguinte, vê-se essencial que o governo mantenha o acesso aos programas como o Pronatec e SENAI para qualificar ainda mais a PEA. Sendo assim, é nítido que o cenário atual de emprego se mostra desafiador e requer manobras para modificá-lo. Faz- se impostergável, portanto, que o Ministério da Educação e Cultura (MEC), mediante matérias e palestras relacionadas à economia, promovidas pela Secretaria de Educação, demostre o acirrado mercado de trabalho, no intuito de despertar nos jovens o interesse pelo estudo, para que estejam preparados para o futuro. Além disso, é imperioso que o MEC, por intermédio da parceria com o Ministério do Trabalho, implemente os programas supramencionados, tanto na gama de especificações, quanto na extensão territorial, com o fito de promover maior acessibilidade à população. Desse modo, dissonante ao poema de Ferreira Gullar, abrirá vagas e será cabível o crescimento do Brasil.