Título da redação:

Modernização no mercado de trabalho brasileiro: transformações e desafios

Tema de redação: O cenário do mercado de trabalho no Brasil

Redação enviada em 10/03/2016

O mercado de trabalho brasileiro exige, na atualidade, uma qualificação profissional cada vez maior em relação às décadas passadas. Essa exigência se deve, principalmente, ao crescente implemento da robotização nas cadeias produtivas, da intensa dependência do mercado ao uso da internet e tecnologias afins e também da flexibilização da produção industrial. A substituição de trabalhadores pelo uso de robôs na indústria permite a fabricação de uma quantidade superior de produtos por uma fração do custo original. Essa troca permite aumentar o custo benefício da produção e resulta no corte de incontáveis postos de trabalho que devido à tecnologia perdem a razão de existir. Com essa mudança, a oferta de emprego deixa de ser diretamente na produção para tornar-se voltada para manutenção/operação de robôs, maquinas e semelhantes. Consequentemente, os postos de trabalho passam a exigir uma maior qualificação técnica e ficam bem mais concorridos. O desenvolvimento da informática, assim como o acesso da população à internet e à rede mundial de computadores também alterou significativamente as relações de trabalho no Brasil e no mundo. As interações entre empregador e empregado se tornaram mais flexíveis e indiretas, reuniões que antes exigiam presença física passaram a ser realizadas online. O trabalho que antes era realizado em um espaço delimitado tornou-se mais descentralizado com setores diferentes de uma mesma empresa/instituição se estabelecendo em diferentes regiões a nível nacional e até mesmo mundial. Todas essas mudanças, inevitavelmente, exigem dos funcionários uma maior adaptação e qualificação para exercer suas atividades, além de tornar as funções menos mecânicas e mais criativas dificultando ainda mais a entrada das pessoas no mercado de trabalho. Essas mudanças nas relações do mundo do trabalho geram na sociedade preocupações sociais e econômicas. Primeiro grande parte da população brasileira não tem acesso a uma boa educação formal e a uma boa qualificação profissional. Essa dificuldade impossibilita a entrada dessa parcela no mercado de trabalho. Sem conseguir emprego as pessoas não são capazes de garantir o próprio sustento terminando, muitas vezes, em situação de penúria. Algumas dessas pessoas recorrem a atividades criminosas como meio de vida o que aumenta e intensifica os índices de violência do Brasil. Outras ficam dependentes de programas sociais do governo que as deixa à mercê do jogo político e não resolve, de fato, suas situações. Sob o ponto de vista econômico a diminuição de vagas de emprego motivadas pelas novas tecnologias limita o número de consumidores. Fato que a médio- longo prazo gera uma crise de consumo a qual rapidamente evolui para crises de produção, crise monetária, especulação, desemprego, inflação e recessão econômica. Essa sequencia negativa atinge todos os aspectos da nação sejam eles políticos ou sociais e prejudica a todos desde o desempregado, passando pelos trabalhadores bem remunerados, até os grandes empresários e industriais que sem vender e produzir tem seus lucros comprometidos. Dessa forma, é essencial para todos os integrantes da sociedade que o governo brasileiro, a sociedade civil e o empresariado atuem em conjunto para garantir oportunidades de educação e qualificação de qualidade a todos os cidadãos ampliando as vagas nas escolas e universidades brasileiras, aumentando o número de cursos técnicos e qualificando melhor os professores dessas instituições. Essas oportunidades não precisam ser necessariamente igualitárias no rígido padrão que defendem políticos e intelectuais de extrema esquerda, visto que a “igualdade perfeita”, seguindo as ideias platônicas, existe apenas no mundo das ideias e não pode ser alcançada no mundo sensível. Ainda assim, ao contrario do que equivocadamente defendem os anarco-capitalistas de extrema direita, essas oportunidades são necessárias e devem ter um padrão mínimo de qualidade, de modo a permitir que todos, independentemente de classe social, sejam capazes de conquistar uma vida digna através do próprio esforço, sem que para isso, fiquem submetidos à sorte extrema, a programas sociais de fins políticos do governo ou precisem recorrer a atividades ilícitas para sobreviver.