Título da redação:

Mercado trabalhista: inflação e desqualificação profissional

Tema de redação: O cenário do mercado de trabalho no Brasil

Redação enviada em 10/04/2017

Nota-se, no contexto mundial, que o desenvolvimento de um país está atrelado à interação estável entre a força de trabalho ofertada e o intuito de produtividade empresarial, ou seja, o mercado de trabalho. Tal fator exige mão de obra qualificada, estabilidade econômica, investimentos e planejamentos. No entanto, o cenário atual do Brasil contrapõe esse modelo, haja vista a taxa de desemprego ser de 11,8% ao final de 2016, consoante dados do IBGE, devido à inflação alta causada pelo déficit econômico vigente e escassez de mão de obra qualificada. No tocante à inflação alta, acarreta a diminuição da produtividade e até na desativação de muitas empresas, uma vez que a renda familiar se encontra comprimida pelo valor elevado dos impostos e juros sobre os produtos, isso ocasiona à retração do consumo. A partir daí, o número de pessoas sem emprego cresce porque os empreendimentos são pressionados pela recessão à demitirem em massa seus funcionários para que o lucro seja compatível com a produção. Assim como a crise de 1929 nos Estados Unidos, na qual, resultou em milhões de desempregados. Nas palavras de Karl Marx, o trabalho dignifica o homem. Partindo dessa premissa, a competitividade no mercado, originado pelo modo de produção adotado após a 3° revolução industrial, o toyotismo, exige das entidades financeiras o uso da mão de obra qualificada para aumento do rendimento empresarial. Dessa forma, ocorre a diminuição da contratação e oferta de vagas, posto que 91% das empresas são atingidas pela escassez de profissionais capacitados, pois há deficiência na formação básica dos brasileiros, segundo pesquisas da Fundação Dom Cabral. Em consequência disso, o trabalho informal alcança seu auge, isto é, expansão das atividades por conta própria, nas quais, os trabalhadores não são protegidos quanto aos direitos e benefícios trabalhistas. Sendo assim, milhares de famílias são desestabilizadas economicamente, dado que a quantidade de servidores nessa condição já representa 20% dos 12 milhões de inativos, de acordo com dados veiculados pelo G1. Contudo, é evidente a crise do setor de serviços. Logo, necessita-se que o Estado intensifique os investimentos nos programas de educação técnica e de especialização, como o Pronatec, para que a população esteja apta a preencher os requisitos do sistema de contratação. Além de divulgar a disponibilidade desse recurso por meio de campanhas nos veículos midiáticos. Assim sendo, fará sentido o direito à vida digna preconizado na Constituição Federal de 1988, ademais combaterá com eficácia o caos serviçal que aterroriza a sociedade no século XXI.