Em tempos modernos de Chaplin é evidenciado as relações de trabalho, sendo perceptível a exploração, alienação e a desigualdade dessa mão de obra no mercado de trabalho. Assim como na ficção, a realidade se mostra intacta na correlação entre patrão e empregado, podendo ser notada uma relação de poder em sua maioria. Dessa maneira, essa obra se torna atemporal não só no cinema, mas também pelos mecanismos nela apresentado, como a lógica industrial que ainda se reprisa no cotidiano desses brasileiros. Transformações foram sentidas e direitos assegurados, porém retrocessos foram acentuados, como a reforma do ensino médio, análogo ao do regime militar. Essa alteração possibilitou uma entrada no mercado de trabalho facilitada, contudo essa introdução trouxe diversos problemas como o ensino técnico, ligada às ideias behavioristas, onde a metodologia aplicada se dá à uma lógica industrial tentando moldar esse aluno, estimulando sua função e não sua consciência. A alienação é quase que inevitável nesse processo, portanto o trabalhador se torna uma das máquinas, acabando não questionando e aceitando aquelas condições impostas. A desigualdade, principalmente a de gênero persiste no presente e mesmo com uma notória mudança é inegável não admitir que vivemos em uma sociedade machista. Na série Mad Men, a personagem Peggy passa o que muitas mulheres vivem hoje no mercado de trabalho, como o assédio e o não reconhecimento de seu trabalho. Outra adversidade é a diferenciação do salário entre homens e mulheres que fica mais exorbitante no âmbito corporativo, chegando a serem apenas 24% das empresas, segundo a Serasa Experian. Mesmo como maioria no ensino superior é necessário entender que é uma construção social, onde a naturalização é comum. Diante desse cenário de uma mão de obra precarizada e obsoleta é necessário uma transformação, não só nos moldes políticos como sociais, para que então esse longa não se reprise, como em um eterno retorno. Portanto a sociedade e o governo devem trabalhar juntos, propondo cotas nas empresas, dando mais oportunidade a essas mulheres esquecidas. Além disso as escolas têm papel fundamental na conscientização desses indivíduos para que então eles se tornem seres ativos e passem a questionar seu papel no mercado de trabalho.