Parafraseando Ortega y Gasset, a felicidade existe quando a vida “projetada” e a vida “real” coincidem. Segundo esse filósofo espanhol, é essencial transformar uma ideia em uma ação viável com intuito de alcançar o bem-estar. Entretanto, no Brasil, a ideia de acabar com o tráfico de animais não evolui, desse modo, ao invés de tentar aproximar a realidade descrita por Ortega y Gasset da vivenciada no cenário hodierno, desafios como a mentalidade predatória do homem e o descumprimento do Estatuto de Proteção Animal contribuem com a situação. Primeiramente, a existência de uma visão predatória, em que o homem pode subjugar toda natureza ao redor, corrobora o surgimento de colecionadores excêntricos que enxergam o animal como uma propriedade. Logo, se há demanda, há oferta e o tráfico de animais encontra seu sucesso nesse contexto, sem preocupações com a sustentabilidade do meio ambiente. Todavia, essa exploração vem desde as grandes navegações, quando os europeus encontram uma enorme biodiversidade para zoológicos e colecionadores de suas terras. Essa mentalidade cumina no desrespeito de leis brasileiras e no descumprimento do Estatuto de Proteção Animal, portanto ocorre um colapso do contrato social que rege a vida em comunidade. Isso faz com que as consequências sejam para todos, já que os espécimes mantêm uma relação complexa de equilíbrio na natureza. O bioma amazônico é prova desse fato, visto que, uma alteração nesse ambiente pode ter impactos em outros continentes do mundo. Dessa forma, a realidade descrita por Ortega y Gasset se distância da brasileira. Diante dos fatos supracitados, cabe ao Legislativo, por meio do seu poder de regrar a sociedade, criar leis mais severas, no fito de coibir ações criminosas e garantir o cumprimento do Estatuto de Proteção Animal. Ademais, o Exército brasileiro deve continuar a proteger as fronteiras, além de ONGs informarem a população sobre as consequências desse ato criminoso. Assim, as ideias nas leis e no estatuto serão uma realidade.