O tráfico de animais silvestres é o terceiro maior mercado negro do mundo, perdendo apenas para o tráfico de armas e o de drogas, segundo pesquisas recentes. No Brasil, por exemplo, todo ano, 12 milhões de pobres animais são vítimas desse crime. Diante desse quadro desolador, a sociedade brasileira pergunta-se como enfrentar tal problema. Todo tráfico, seja o de armas, o de drogas ou o de animais silvestres, para existir precisa, necessariamente, de um fator fundamental: o consumidor. E no caso específico do mercado ilegal de compra e venda de bichos selvagens há, basicamente, três tipos de compradores: pessoas comuns para fins de estimação, os colecionadores e zoológicos e as instituições e empresas com finalidades científicas. Todo esse contingente de interessados somado à escassez de animais exóticos faz com que o valor desses últimos seja elevadíssimo, aumentando, por isso, o número de pessoas inescrupulosas envolvidas nesse infeliz mercado. Como consequência desse tráfico de animais silvestres, várias espécies de bichos estão em processo de extinção e o ecossistema ressente isso. A forma como são transportados, em caixas mal acondicionadas, sem alimento, água e luz e os maus tratos que sofrem nesse processo – muitos animais têm os olhos perfurados para não verem a luz e, por isso, não fazerem barulho, por exemplo – faz com apenas um por cento sobreviva ao tráfico. Além disso, a falta de algumas espécies de animais causará algum prejuízo ao ecossistema no qual estavam inseridos, segundo a opinião dos especialistas em ecologia. Por tudo isso, nota-se que o tráfico de animais silvestres causa grandes prejuízos para o meio ambiente brasileiro. Para enfrentar esse crime tem de haver um endurecimento nas leis ambientais para punir com maior rigor não só os traficantes mas também os compradores. Além disso, aumentar a fiscalização nas florestas e nas fronteiras do país, crescendo o efetivo da polícia ambiental, da PRF e da PF, seria um bom meio para coibir esse crime contra a natureza.