A exploração dos recursos naturais brasileiros se deu desde o período colonial do país, no qual o pau-brasil foi exaustivamente utilizado pela metrópole portuguesa. Nesse sentido, há, hoje, a problemática do tráfico de animais silvestres, que persiste intrinsecamente ligada à realidade do Brasil. Isso se deve a uma sociedade alienada e, que vê na destruição da sua fauna, somente mais uma fonte de dinheiro. Segundo Hannah Arendt, a massificação da sociedade pós moderna tem como consequência primordial uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, que aceita e cumpre ordens sem questionamentos, dando origem a uma "banalização do mal". Pode-se citar como exemplo da banalização do mal supracitada o tráfico de animais silvestres que ocorre atualmente, na medida em que há a objetificação do animal e atrocidades contra esses seres vivos são cometidas sem questionamentos ou remorso, devido à busca desenfreada por lucro que caracteriza o mundo contemporâneo. Tendo isso em vista, pode-se evidenciar dois principais responsáveis no que tange essa situação: por um lado, os comerciantes que lidam diretamente com o tráfico e, por outro lado, uma população alienada que acaba, mesmo que inconscientemente, auxiliando na manutenção dessa perversidade. Isso se dá por intermédio da compra de casacos de pele, ou até mesmo uma ida ao zoológico, sustentando, assim, a cultura de objetificação dos animais vigente. Destarte, o tráfico de animais silvestres no território tupiniquim transfigura-se em um grande desafio atualmente e medidas são necessárias para resolver a questão. Em primeiro plano, recai sobre o Ministério da Educação, através das instituições educacionais, em parceria com os núcleos familiares, o compromisso de formar indivíduos mais conscientes e críticos, que sejam capazes de fazer julgamentos morais e questionar práticas já enraizadas na cultura brasileira. Tal compromisso recai também sobre o terceiro setor, que, a fim de tornar ciente sobre esse cenário o máximo de pessoas possíveis, deve promover campanhas midiáticas junto às emissoras abertas de televisão. Assim sendo, dá-se mais um passo em direção a uma sociedade que respeita e sabe conviver com a natureza que a cerca.