Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário desafiador do tráfico de animais silvestres no Brasil

Redação enviada em 14/06/2018

O tráfico de animais silvestres é uma prática criminosa, porém comum no Brasil. Durante o período de colonização, os europeus contrabandeavam espécies nativas motivados pela ganância e pelo encantamento para com as terras recém descobertas. Atualmente, na maioria dos casos, a captura e a venda de diversos espécimes animais está atrelada à presença de comunidades pobres que encontram, nessa categoria de crime, uma forma fácil de obtenção de recursos para suprir suas necessidades básicas. Além disso, o desconhecimento dessas pessoas acerca dos impactos do delito, bem como a certeza da impunidade, incentivam um número crescente de pessoas a se envolverem num esquema que, aos poucos, está destruindo uma das maiores riquezas da nação: a biodiversidade. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil, país de proporções continentais, abriga cerca de 20% de todas as espécies de seres vivos do planeta, o que confere à nação o primeiro lugar no ranking dos países considerados megadiversos. Porém, ao invés de sustentar as melhores estratégias de proteção à natureza, o país segue na contramão da lógica e permite que o tráfico de animais silvestres não só perdure, mas também se fortaleça. Por essa razão, conforme divulgado pela Polícia Federal, o crime corresponde ao terceiro maior mercado de contrabando nacional, perdendo apenas para o de armas e o de drogas. Em parte, sabe-se que o problema é sustentado pela pobreza que assola comunidades carentes que residem nas proximidades de florestas e áreas de preservação. Desse modo, muitos dos que são pressionados pela falta de oportunidades de trabalho e pelo aliciamento de contrabandistas internacionais, tiram proveito do conhecimento que têm acerca da região para capturar e vender animais exóticos, cobiçados no mercado negro internacional. Entretanto, a face mais preocupante do problema reside na existência de uma legislação deficiente, com inúmeras brechas, que permite a impunidade dos envolvidos e encoraja a prática do tráfico de animais no país. Segundo dados do IBAMA, as penas aplicadas tanto para uma pessoa que seja flagrada com um quanto para aquelas que estejam traficando grandes quantidades de animais exóticos são as mesmas - o que naturalmente leva ao descrédito e à ineficiência do código vigente. Ademais, relatos do RENCTAS denunciam que muitos dos agentes que trabalham como executores dessas leis nem sempre consideram o tráfico de animais silvestres como um crime grave e tampouco se comovem com as péssimas condições às quais esses seres são submetidos. Dessa forma, torna-se evidente que a biodiversidade brasileira, extremamente vulnerável, sofre com o descaso das autoridades e com a falta de interesse de parte da população. Isto posto, para vencer o desafio do tráfico de animais e, assim, preservar o patrimônio biológico da nação, caberá ao Poder Legislativo, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente e representantes de instituições não governamentais favoráveis à proteção da vida selvagem, adequar as leis de proteção à natureza de acordo com a realidade nacional mediante a realização de revisões técnicas, possibilitando, assim, o endurecimento das medidas para o combate ao tráfico de animais. A coalizão deverá, também, promover campanhas de informação e conscientização contra o tráfico de animais nas comunidades mais afetadas pelo problema, ministrando palestras e distribuindo material educativo, reforçando aos cidadãos a gravidade dos danos causados pelo tráfico de animais silvestres, bem como a importância das ações para a preservação da biodiversidade.