É indubitável que o desrespeito com os animais está ligado de forma intrínseca com os valores morais da época. De acordo o filósofo São Tomás de Aquino, os animais são seres inferiores que devem servir ao ser humano. Destarte, no que tange aos tempos hodiernos, o tráfico de animais no Brasil é potencializado pela fragilidade da segurança nacional nas florestas e pela cultura antropocêntrica no consumo desses bichos. Inicialmente, cabe pontuar que o entendimento da Amazônia como posse nacional é recente na sociedade brasileira. A política integralista do regime militar possibilitou, ao construir a transamazônica, a migração de animais e pessoas, o que viabilizou, entre outros crimes, o tráfico de animais silvestres. À vista disso, esse tráfico fomentou um comércio lucrativo que não foi muito combatido, tendo em vista a corrupção de alguns policiais e a falta de fiscalização em grandes trechos da estrada como uns dos principais fatores para o sequestro da fauna. No entanto, deve-se ressaltar que, com o advento da tecnologia, fiscalizações aéreas, como o RadamBrasil, inibiram, mesmo que parcialmente, essa prática ao nortear a ação da guarda nacional. Além do mais, é importante salientar que a cultura de superioridade está arraigada nos valores morais do Brasil. O escritor Peter Singer critica essa cultura ao afirmar que deve-se haver uma bioética em relação aos animais ao respeitar a sua função ecológica. Nesse viés, a ética tomista que fomenta ações, como aprisionamento de aves e brigas de galo, passa a ser indagada, o que faz surgir uma corrente de pensamento nacionalista em nível ecológico, tratando, dessarte, de forma repulsiva o tráfico e o cativeiro dos animais. Sendo assim, é notório que, apesar do uso dos animais como entretenimento, o respeito aos animais já se torna uma opção de pensamento e que tenderá a mitigar esse crime. Fica evidente, portanto, que a relação com a natureza depende da filosofia aplicada na sociedade. Por conta disso, é preciso que o Exército, juntamente com o Poder Judiciário, fiscalize de forma veemente os carros nas estradas florestais com bases fixas em pontos estratégicos e com o uso de drones para monitorar abertura de aeroportos clandestinos, de modo que, com o aprisionamento do criminoso, ele não tenha o direito às penas pecuniárias, a fim de coibir o tráfico e proteger os ecossistemas. Uma vez feito isso, é preciso que o Ministério da Educação implante uma filosofia ecológica nas escolas ao implementar aulas ambientais nas grandes curriculares, de modo que as crianças sejam sensibilizadas pelo assunto com aulas de campo e aproximação com a fauna, a fim de criar um valor ético de respeito ao próximo e à natureza.