O comércio ilegal de animais silvestres é a terceira atividade clandestina que mais movimento dinheiro ilícito, perdendo apenas para o tráfico de armas e de drogas. Além da ameaça à biodiversidade, ocasiona desequilibro no ecossistema, uma vez que cada animal desempenha uma função na sua comunidade. Nesse sentido, é preciso ampliar os mecanismos de fiscalização, bem como aumentar as penalidades aplicadas para esse crime. Em primeiro plano é pertinente destacar as razões que incentivam o tráfico da fauna silvestre. O interesse para uso científico está entre os principais motivos. O Brasil apresenta uma das maiores biodiversidades do mundo, por decorrência é alvo constante de biopirataria – envio ilegal de animais e plantas para o exterior. Ademais, há intenções de transforma-los em produtos e subprodutos. O potencial genético brasileiro atrai principalmente a atenção de indústrias alimentícias, têxtil e farmacêutica. Nesse contexto, a falta de legislação específica contribui e facilita tal prática, pois não define as regras de uso de recursos naturais. É importante constatar ainda, que o comércio de animais além de danos ecológicos, gera consequências sanitárias e socioeconômicas. Os transportes clandestinos não oferecem condições salubres, viabilizando, portanto, a proliferação de doenças para a população por meio de micro-organismos presentes nos animais silvestres. Somado a isso, o montante de dinheiro movimentado não são declarados e, consequentemente, gera prejuízos aos cofres públicos em razão do não recolhimento de impostos. Por fim, entende-se que, o tráfico da fauna é uma prática danosa que deve ser erradicada. Com o intuito de amenizar tal problemática é necessária que o IBAMA em conjunto com a Polícia Militar Ambiental intensifique a fiscalização nas rodovias e estimulem denúncias. Entretanto, uma participação multilateral é indispensável. O governo, além de destinar mais recursos para o combate do tráfico, deve melhorar e aumentar a capacitação de profissionais por meio de concursos públicos. Já a mídia em parceria com ONG’s, devem promover campanhas de Educação Ambiental. Os órgãos governamentais como Ministério do Meio Ambiente devem negociar com países vizinhos para intensificar a fiscalização nas fronteiras. O poder legislativo por sua vez, deve estabelecer leis no que tange a biopirataria. Só assim será possível garantir o equilíbrio da natureza.