É possível afirmar que o combate ao tráfico de animais silvestres no Brasil ainda é um quadro desafiador, tendo em vista que o comércio ilegal causa conseqüências gravíssimas, sendo que muito dessa realidade é fruto da nossa cultura de domesticar animais que nasceram para viver na natureza. O comércio de animais silvestres pode levar eles a extinção, que por sua vez pode gerar instabilidade nos ecossistema, acarretando o desequilíbrio de espécies (animais e vegetais) das quais necessitamos como fontes de recursos naturais, como polinizadoras de nossas culturas, protetoras do solo contra erosão, das fontes de água, da transpiração que envia umidade de volta à atmosfera, entre muitas outras funções. É muito importante ressaltar que estes desequilíbrios afetam a qualidade de vida e as finanças de nossa sociedade, por mais distante que isso possa parecer. Além disso, o comércio de vida silvestre é considerado a terceira maior atividade ilegal no mundo, atrás apenas do tráfico de armas e de drogas, dados do Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), logo, o problema é que ele não é tão criminalizado pelos indivíduos, como é o tráfico de armas e de drogas, isso advém principalmente da questão cultural, pois no Brasil o engaiolamento doméstico de papagaios, periquitos e outras espécies é uma prática comum, mesmo sendo uma prática ilegal. Portanto, o êxito de tais diretrizes é de responsabilidade do governo que precisa usar de uma abordagem diversificada, incluindo o aumento do volume de recursos públicos voltados às atividades de controle e monitoramento ambiental, melhora no número e capacitação dos agentes do Ibama ( Instituto Brasileiro de meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e dos Policiais Militares Ambientais por meio de concurso público e treinamento específico e contínuo. Como também, o papel de conscientização da sociedade em não comprar animais não autorizados pelo Ibama, e ações educativas nas escolas que ensinem aos alunos os impactos que o tráfico de animais silvestres causam na nossa biosfera, e com isso possam refletir, aprender, e mudar os hábitos.