O Brasil apresenta uma enorme variedade de biomas, fato que o proporciona ser o país com a biodiversidade mais rica do planeta. Desde a chegada dos colonizadores essa característica brasileira foi percebida e explorada, apesar de passados mais de 500 anos, a biodiversidade do país continua sofrendo exploração, sobretudo devido ao tráfico de animais silvestres. Haja vista que, essa atividade ilícita – a terceira mais rentável do mundo, segundo a ONU – é impulsionada pelos altos lucros, além de ser facilitada pela falta de fiscalização e pela naturalização da população frente a esse crime, o qual acarreta consequências para o equilíbrio ecológico. É indubitável que a falta de fiscalização, pelo IBAMA, contribui para o crescente lucro do tráfico de animais silvestres no país. De acordo o RENCTAS, o Brasil apresenta posição de destaque entre os dez bilhões de reais movimentados por ano com essa prática criminosa, o que implica que o país apresenta fatores facilitadores para tal prática. Desse modo, observa-se a falta de fiscalização do cumprimento da Lei de Crimes Ambientais como principal causa, ademais, observa-se falhas na legislação brasileira, que trata o tráfico de animais de forma branda e pouco esclarecedora. Além disso, há no Brasil a naturalização dessa prática, como pode ser percebido pelo fato de muitas pessoas comprarem animais silvestres para a criação doméstica. Outrossim, é importante pontuar as desastrosas consequências do tráfico de animais silvestres. Ao retirar um animal do seu habitat natural, interrompe-se o seu nicho ecológico, suas relações com sua comunidade biológica, isso provoca tanto o sofrimento dos animais – que ainda são maltratados pelos traficantes – quanto o desequilíbrio ecológico dos ecossistemas. Não apenas, em virtude de passar a viver isolado do seu meio natural, o animal fica impossibilitado de deixar descendentes, o que acarreta na extinção da espécie e consequentemente na perda da biodiversidade do país. Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para frear o tráfico desses animais. Sendo assim, o IBAMA deve intensificar a fiscalização, tornando-a efetiva, por outro lado, o MMA deve pressionar frente ao governo à criação de um código nacional que trate dessa questão e que se faça mais rigoroso que as leis já existentes, estabelecendo penas mais duras, de forma a contribuir para a maior efetivação da fiscalização. Além do mais, conforme o pensamento de Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele, desse modo, o MEC em parceria com ONG’s deve instituir palestras nas escolas e nas comunidades a fim de conscientizar as pessoas sobre o crime do tráfico de animais e suas consequências.