A relação do homem com a natureza encontra-se banalizada no sentido em que o cuidado com esta é considerado vantajoso apenas quando beneficia, em troca, ele mesmo. Visto isso, o tráfico de animais silvestres no Brasil não têm estado sob o foco público. Por isso, é preciso reaver a discussão do problema em duas vertentes. Primeiramente, a visão serventil da natureza como recurso deve ser desconstruída. Sua proteção é importante, antes de tudo, por motivos morais. Sua exploração excessiva mata milhões de seres vivos todos os anos, de forma violenta e inconsequente. É um problema de proporções maiores do que as de grandes crimes reconhecidos pela humanidade, como o holocausto e a escravidão colonialista. Em segundo lugar, a biodiversidade brasileira é um de seus grandes tesouros, repleta de potencial econômico e científico. Ainda assim, sua exploração desmedida continua, ameaçando a variedade de espécies, o tráfico de animais gerando prejuízos para o país, o qual não tem qualquer retorno por meio da tomada destes recursos. Com a falta de fiscalização, animais são contrabandeados através da fronteira amazônica facilmente, a qual, devido a sua extensão e distância dos aglomerados populacionais, é de difícil monitoramento. A fronteira amazônica precisa ser melhor fiscalizada pela Polícia Militar, para que não haja impunidade. Campanhas por ONG's internacionais revitalizando a relação homem-natureza são fundamentais, reiterando a necessidade por mutualismo nesta, para a conscientização da população mundial. Com esses dois pontos de partida, milhões de animais silvestres deixarão de ser raptados de seu habitat natural, preservando a integridade da biodiversidade brasileira e do mundo junto a gradual mudança de paradigma.